A ministra do Meio Envolvente e Mudanças Climáticas afirmou neste domingo (25) que há uma ‘possante suspeita’ de que os incêndios que se propagam pelo estado de São Paulo ao longo do final de semana foram provocados por ação humana.
A gerente da pasta esteve em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federalista (PF), Andrei Rodrigues, entre outras autoridades
“Da mesma forma que tivemos o Dia do Queimação há uma possante suspeita que agora esteja acontecendo de novo”, afirmou a ministra, se referindo ao caso que aconteceu em 2019, quando fazendeiros combinaram em um grupo de aplicativo atear fogo em áreas da Amazônia, no estado do Pará.
“Em São Paulo não é proveniente, em hipótese alguma, que em poucos dias tenham tantas frentes de incêndio envolvendo vários municípios. Mas obviamente que isso as investigações vão expressar”, complementou.
A reunião aconteceu na sede da Núcleo Pátrio de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília (DF), órgão que atua em cooperação com as Superintendências Estaduais do Ibama.
Também neste domingo, a Polícia Federalista confirmou que vai iniciar 31 investigações, em todo país, sobre a origem dos incêndios.
Brasília amanheceu neste domingo (25) coberta por fumaça proveniente de queimadas em outras regiões do país. Contribui para o fenômeno a seca na capital federalista, onde não chove há mais de 120 dias.
São Paulo está sob estado de emergência, decretado pelo governo paulista, desde sábado (24) à noite. Na mesma hora, o governo federal anunciou apoio nas operações de combate ao incêndio com o envio de aeronaves.
Desde o início dos incêndios, duas pessoas foram presas acusadas de terem provocado incêndio pela região. Segundo o governo de São Paulo, um suspeito foi impedido na região de São José do Rio Preto (SP) no sábado e outro no domingo, em Batatais (SP).
São Paulo bateu recorde vernáculo na sexta-feira (23) com mais de 2,3 milénio focos de incêndio. Ao longo do final de semana, moradores da região enfrentam voos cancelados, instabilidade no sinal de internet, atividades ao ar livre interrompidas, pessoas precisando excretar suas casas, além de problemas respiratórios.
A ministra dos Povos Indígena, Sonia Guajajara, afirmou pelas redes sociais que a crise vivida em São Paulo é resultado do “protótipo de produção predatório que destrói o meio envolvente e a vida das pessoas”.
“O planeta está dando todos os sinais de que não suporta mais a maneira porquê vem sendo explorado”, afirmou a ministra que também se solidarizou com a população do estado.
Ainda no sábado, em entrevista ao Brasil de Vestimenta, a ministra Marina Silva associou a atual crise com os efeitos das mudanças climáticas.
“Infelizmente a gente está vivendo uma situação que reflete aquilo que não foi feito há mais de 30 anos e está fazendo com que a gente pague um preço superior. A mudança climática já é uma verdade. Os eventos extremos, chuva, seca, subida temperatura e vento são uma verdade que estão destruindo não só a Amazônia e o Pantanal”.
Edição: Douglas Matos
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