O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou sob sigilo informações relacionadas à lista de passageiros que acompanharam o petista em uma viagem de Santiago do Chile a Brasília (DF), com uma paragem de somente 10 minutos em São Paulo (SP), no início de agosto. A decisão tem gerado questionamentos, mormente posteriormente a reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, que mencionou a falta de explicações sobre o motivo da breve paragem na capital paulista.
Normalmente, o avião presidencial faz escalas mais longas para reabastecimento em viagens de longa duração, o que não era o caso dessa rota. Operações porquê essa costumam perseverar murado de uma hora, e a rapidez incomum da paragem em São Paulo gerou especulações. Sem esclarecimentos do Palácio do Planalto, há suspeitas de que o pouso tenha ocorrido para dar uma “carona”, possivelmente para a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, que estava na cidade naquele período.
Entretanto, com o sigilo imposto pelo governo sobre a lista de passageiros, não é provável confirmar a razão exata da graduação. Depois a Folha solicitar entrada a essas informações via Lei de Chegada à Informação (LAI), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que os dados se enquadram no nível de sigilo “proporção reservado”, o que significa que só poderão ser divulgados ao termo do procuração presidencial.
O GSI justificou a decisão citando o decreto 7.724/12, que protege informações que possam colocar em risco a segurança de autoridades ou de instituições nacionais. De convenção com o decreto, dados podem ser mantidos em sigilo caso sua divulgação ameace a resguardo e soberania do país, prejudique relações internacionais, ou comprometa a segurança pública.
Durante a viagem, Lula participou de reuniões com o presidente do Chile, Gabriel Boric, e, segundo a agenda solene, o avião do presidente chegou à Base Aérea de Guarulhos às 19h50, partindo somente 10 minutos depois rumo a Brasília. Curiosamente, dois aviões do governo brasílico foram ao Chile com a comitiva, mas somente o que transportava Lula fez essa breve paragem em São Paulo, o que fez aumentar as especulações em torno do objecto.
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