A Polícia Federalista (PF) indiciou 37 pessoas no sindicância que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado depois a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o deputado federalista Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Dependência Brasileira de Informações (Abin); o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Tropa Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Mansão Social e da Resguardo, Walter Souza Braga Netto.
Todos foram indiciados pelos crimes de supressão violenta do Estado Democrático de Recta, golpe de Estado e organização criminosa. O relatório com a epílogo das investigações foi enviado para o Supremo Tribunal Federalista (STF) e ainda está sob sigilo.
Alguns dos citados já haviam sido presos e indiciados anteriormente pelo PF por participação na confecção da tal minuta golpista, nos ataques de 8 de janeiro aos Três Poderes e por publicar supostas informações falsas acerca das urnas eletrônicas e do processo eleitoral.
Veja a lista completa e detalhes sobre os indiciados:
1. Ailton Gonçalves Moraes Barros: Ex-major do Tropa e legisperito. Foi um dos investigados no incidente da suposta inserção de informações fraudulentas no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva: Coronel do Tropa, também foi escopo da investigação do Ministério Público Militar acerca da elaboração de uma epístola que, no término de 2022, pressionava a cúpula das Forças Armadas a agir de forma impedir a posse de Lula.
3. Alexandre Ramagem: Ex-diretor da Dependência Brasileira de Informações (Abin) no governo Bolsonaro. Atualmente, o mandatário federalista é deputado federalista (PL-RJ).
4. Almir Garnier Santos: Ex-comandante da Marinha de abril de 2021 a dezembro de 2022.
5. Amauri Feres Saad: Legisperito e foi indicado pela Percentagem Parlamentar Mista de Interrogatório (CPMI) do 8 de Janeiro uma vez que coautor da tal minuta golpista.
6. Anderson Lima de Moura: Coronel do Tropa também foi investigado pelo Ministério Público Militar, indicado uma vez que um dos autores da epístola que pressionava a cúpula das Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado.
7. Anderson Torres: Solicitador da Polícia Federalista e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, chefiava a Secretaria de Segurança Pública do Região Federalista nos atos de 8 de janeiro de 2023.
8. Angelo Martins Denicoli: Major da suplente do Tropa, foi nomeado diretor de Monitoramento e Avaliação do Sistema Único de Saúde, durante a gestão do general Eduardo Pazuello avante do Ministério da Saúde.
9. Augusto Heleno: General da suplente do Tropa, foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro.
10. Bernardo Romão Correa Netto: Coronel do Tropa, chegou a ser retido em fevereiro deste ano, no contexto da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federalista. Segundo essas investigações, ele atuou na preparação da reunião de militares de tropas especiais (os chamados kids pretos) selecionados para participar da suposta tentativa de golpe de Estado. É considerado, segundo a PF, varão de crédito do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha: Engenheiro perito em segurança da informação, é o fundador do instituto contratado pelo PL para indicar supostas falhas das urnas eleitorais eletrônicas. O parecer do instituto serviria de base para o partido questionar a legitimidade da eleição de Lula.
12. Carlos Giovani Delevati Pasini: Coronel da suplente do Tropa, também foi investigado no Interrogatório Policial Militar (IPM) sobre a participação de militares na elaboração da epístola que pressionava a cúpula das Forças Armadas.
13. Cleverson Ney Magalhães: Coronel do Tropa e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres. Investigações anteriores apontam que ele faria segmento do núcleo operacional de espeque às supostas ações golpistas e atuado na manutenção de manifestações em frente aos quartéis.
14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira: General de Brigada do Tropa. Ex-comandante militar da Amazônia e ex-chefe do Comandante de Operações Terrestres do Tropa. Investigado pela PF na Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro.
15. Fabrício Moreira de Bastos: Foi comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva em Marabá (PA). É atualmente adido militar em Israel. Supostamente, participou da elaboração da epístola escrita para forçar a adesão à tentativa de golpe de Estado.
16. Fernando Cerimedo: Consultor de marketing político, investigações apontavam que teria atuado na elaboração de estratégias para testilhar o sistema eleitoral brasílio e fazer supostas falsas denúncias de fraude. Ele é prateado e trabalhou na campanha eleitoral de Javier Milei, atual presidente da Argentina.
17. Filipe Garcia Martins: Foi assessor peculiar para assuntos internacionais da Presidência da República do governo de Jair Bolsonaro. Ele teria integrado o núcleo de juristas que formulou textos que serviriam uma vez que decretos depois o golpe de Estado. A PF já havia indicado que ele teria entregue ao ex-presidente a minuta do golpe.
18. Giancarlo Gomes Rodrigues: Subtenente do Tropa, doado à Dependência Brasileira de Lucidez (Abin). Foi recluso em julho durante a Operação Última Milha, da PF, sob querela de compartilhar publicações em redes sociais que propagavam informações obtidas de forma ilícito. Foi solto em agosto.
19. Guilherme Marques de Almeida: Tenente-coronel de Infantaria. Foi comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Tropa, com sede em Goiânia. Foi exonerado depois o ministro Alexandre de Moraes (STF) prescrever o isolamento de militares investigados por envolvimento na tentativa de golpe. Ficou divulgado em fevereiro ao saber que era escopo de investigação da PF, pois teria atuado na geração e distribuição de notícias falsas sobre as eleições presidenciais.
20. Hélio Ferreira Lima: Tenente-coronel foi um dos presos na última terça-feira (19) por suposto envolvimento na elaboração do suposto projecto de assassínio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O militar comandou até fevereiro a 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus (Comando Militar da Amazônia).
21. Jair Bolsonaro: Ex-presidente da República (2019-2022). Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está inelegível até 2030.
22. José Eduardo de Oliveira e Silva: Pároco da Diocese de Osasco (SP), já havia sido investigado por envolvimento na elaboração de minutas de decretos com geração jurídica para fundamentar um tal golpe de Estado. Em fevereiro, foi escopo da Operação Tempus Veritais.
23. Laércio Vergilio: general da suplente do Tropa, é investigado pela Polícia Federalista por suposta participação em projecto para prender o ministro Alexandre de Moraes. Em áudios captados com autorização judicial, foi flagrado em contato com Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Tropa investigado pela supostas inserção de informações fraudulentas no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.
24. Marcelo Bormevet: Agente da Polícia Federalista doado à Dependência Brasileira de Lucidez (Abin) durante o governo Bolsonaro. Teria oferecido ordens a Giancarlo Gomes Rodrigues para publicar em redes sociais informações ilegais.
25. Marcelo Costa Câmara: Coronel do Tropa. Foi assessor peculiar da Presidência da República, no gabinete pessoal de Jair Bolsonaro. Esteve recluso entre fevereiro e maio deste ano, depois investigações apontarem que atuava no núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
26. Mario Fernandes: General da suplente, secretário-executivo da Secretaria-Universal da Presidência durante o governo Bolsonaro, teria liderado a elaboração do suposto projecto Punhal Verdejante e Amarelo para massacrar Lula, Alckmin e Moraes.
27. Mauro Cid: Tenente-coronel do Tropa e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é considerado um dos homens mais próximos do ex-presidente. Investigado em mais de um sindicância, ficou recluso preventivamente entre maio e setembro do ano pretérito por falsificar dados no cartão de vacinação. Neste ano, ficou recluso entre março e maio depois a circulação de áudios nos quais reclamava do tratamento do ministro Alexandre de Moraes (STF) e dos investigadores da PF.
28. Nilton Diniz Rodrigues: General do Tropa, foi comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Catarata. Foi assistente do general Freire Gomes, ex-comandante do Tropa entre março e dezembro de 2022.
29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Fruto: Neto de João Figueiredo, o último general presidente no regime militar, foi indiciado anteriormente por suposta propagação de desinformação golpista e antidemocrática.
30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: General do Tropa, foi ministro da Resguardo entre 1º de abril de 2022 e 31 de dezembro de 2022, e foi comandante do Tropa entre 20 de abril de 2021 e 31 de março de 2022. Ele teria participado do grupo que pretendia indicar supostas fragilidades nas urnas eletrônicas, que não foram provadas.
31. Rafael Martins de Oliveira: Tenente-coronel do Tropa, foi recluso preventivamente na última quinta-feira (13) em investigação sobre suposto projecto de massacrar Lula. Publicado uma vez que um “kid preto”, grupo de escol da Força Armada, teria fornecido orientações para a realização do violação.
32. Ronald Ferreira de Araujo Júnior: Tenente-coronel do Tropa, tem experiência na extensão de resguardo, com ênfase em comunicações e guerra eletrônica. Investigações anteriores apontaram participação do militar na elaboração da minuta golpista.
33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros: Tenente-coronel do Tropa, o militar teria atuado no suposto núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
34. Tércio Arnaud Tomaz: Foi assessor peculiar da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro, de quem anteriormente foi secretário parlamentar. Era indicado, pela PF, uma vez que o líder do chamado “gabinete do ódio” responsável por publicações falsas em redes sociais que supostamente favoreciam o governo e atacavam adversários.
35. Valdemar Costa Neto: Presidente pátrio do Partido Liberal, legenda de Jair Bolsonaro. Durante seis mandatos, Valdemar foi deputado federalista por São Paulo. Renunciou o procuração e foi um dos condenados no esquema do mensalão.
36. Walter Souza Braga Netto: General da suplente, foi candidato à vice-presidente em 2022 na placa com Jair Bolsonaro. Braga Netto foi ministro-chefe da Mansão Social, de 2020 a 2021, e ministro da Resguardo, de 2021 a 2022. A Policia Federalista apurou que uma das reuniões realizadas para tratar de suposto projecto golpista para impedir a posse e matar o presidente Lula teria sido realizada na mansão do militar em novembro de 2022.
37. Wladimir Matos Soares: Policial federalista. Foi recluso na última terça-feira (19) por suposta participação no tal projecto para massacrar o presidente Lula.