O argumento do economista e deputado estadual Leo Siqueira (Novo-SP) confrontando o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federalista Erika Hilton (PSOL-SP), que visa reduzir a jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais, viralizou nas redes sociais por sua congruência irrefragrável.
O parlamentar explicou, em seu perfil no X, nesta segunda-feira (11), os efeitos nocivos da proposta do ponto de vista econômico, assim uma vez que o cimo dispêndio operacional para as empresas, produzindo o encarecimento dos produtos ao consumidor, além de gerar mais informalidades e contribuir para ampliar o desemprego, que já é proeminente.
Confira, na íntegra, os pontos destacados por Siqueira:
“Leo, você deveria estribar o projeto da Deputada Erika Hilton do PSOL, que acaba com a graduação 6×1 e implementa a graduação 4×3…”
É verdade, uma vez que deputado seria mais fácil estribar esse projeto. Mas, uma vez que economista, eu sou obrigado a falar das consequências disso… Porque, veja, você pode escolher o que quiser, mas não pode evitar as consequências das suas escolhas.
(function(w,q)[];w[q].push([“_mgc.load”]))(window,”_mgq”);
Pois muito. Se reduzimos a graduação de 6×1 para 4×3, isso resulta numa redução da força de trabalho de 33%. Notório? Sim, isso é irrefragrável.
Agora, se a força de trabalho diminui em 33%, mas os salários são mantidos, o dispêndio do trabalho aumenta para as empresas.
No pequeno prazo, isso pode parecer vantajoso para alguns, mas há consequências inevitáveis para todos.
Quem paga por isso?
Muito, quando o dispêndio do trabalho aumenta, três coisas podem ocorrer:
1. As empresas podem repassar o dispêndio aumentando os preços. Nesse caso, todos os consumidores pagam a conta dessa inflação.
2. As empresas buscam alternativas uma vez que o trabalho informal para trinchar custos. Nesse caso, quem paga são os trabalhadores estando na informalidade.
3. As empresas podem contratar menos e até substituir gente por máquina. Quem paga também são os trabalhadores com menos empregos.
“Ah, eu não acredito que isso aconteça…”
Ok! Não precisa confiar em mim; basta olhar os dados.
As empresas que utilizam a graduação 6×1 geralmente estão no setor de serviços, onde a informalidade é subida.
Só para ter uma teoria, na construção social, 60% dos trabalhadores são informais; no transacção, esse número é de 40%.
Veja o caso das empregadas domésticas: em 2013, o governo Dilma aprovou a PEC das domésticas, que jurava que aumentaria os direitos das empregadas domésticas. Passados dez anos, a informalidade que era de 68% passou para 75% e não houve aumento do número de contratações. E o pior, não houve aumento de renda. Uma vez que já esperado pelos céticos, não pelos populistas.
Agora vamos ver outra pesquisa.
Uma tese de um aluno do Phd em Economia olhou uma vez que a reforma portuguesa que reduziu as horas de 44 para 40 horas em 1996, na caneta, impactou o serviço, a produção e a produtividade das empresas. O resultado?
Com o aumento do dispêndio do trabalho, as empresas afetadas reduziram suas vendas e diminuíram as contratações.
Outra pesquisa olhou 25 países desenvolvidos. E mostra que a redução de 1% nas horas de trabalho de forma sintético aumentou a automação em 1%.
Ainda assim, é originário que os trabalhadores queiram menos horas de trabalho. E é exatamente por isso que eu defendo que todo trabalhador tenha o recta de negociar diretamente com seu empregador, recebendo um salário-mínimo por hora trabalhada.
Nos Estados Unidos é assim. O salário mínimo é de 7,25 dólares por hora trabalhada. Trabalha mais, ganha mais; trabalha menos, ganha menos. Simples!
“Ah, você é contra a redução das horas trabalhadas?”.
Negativo. O que estou alertando é que fica fácil políticos pagarem de heróis sendo que quem paga o preço dessas escolhas não são eles. São os trabalhadores que verão seus empregos ameaçados, seus salários corroídos pela inflação e suas funções substituídas por máquinas.
Se realmente queremos uma redução de horas trabalhadas de forma sustentável, temos que olhar para uma vez que outros países conseguiram isso. E não foi através da caneta ou de populismo de políticos. Foi investindo em tecnologia, máquinas e equipamentos. Acabando com a burocracia das empresas. Foi aumentando a produtividade. Com as pessoas produzindo mais, elas podem resfolgar mais e terem salários altos. Mas, se a maioria ainda teimar, está muito.
É uma vez que proferir a um nutricionista que quer manducar 6 milénio calorias por dia sem engordar. Um profissional que concorda com isso está enganando você.
Assim uma vez que na política. Enganar as pessoas com palavras bonitas é fácil. Mas enfrentar a verdade com responsabilidade e coragem, isso sim exige compromisso. E é justamente pela riqueza de populistas e a escassez de líderes corajosos que nosso país continua pobre.
Direita Online