A Procuradoria-Universal da República (PGR) solicitou nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federalista (STF) a buraco de um sindicância contra o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, coligado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido é fundamentado em indícios de que Gilson teria atuado para facilitar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, permitindo sua eventual saída do Brasil.
A revelação da PGR, favorável à investigação da Polícia Federalista, surge em meio ao progresso de apurações que envolvem o núcleo próximo ao ex-presidente e tentativas de obstrução das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado posteriormente as eleições de 2022.
O que está sendo investigado
Segundo a CNN Brasil, Gilson Machado teria comparecido ao consulado de Portugal no Recife (PE) em 12 de maio de 2025, solicitando a expedição de um passaporte português. A suspeita é de que o documento beneficiaria Mauro Cid, que é réu em ação penal no STF, denunciado de participação ativa em articulações golpistas e fraudes envolvendo cartões de vacinação.
Além da tentativa de obtenção do documento, Machado também foi escopo da atenção da PF por promover uma campanha de arrecadação de fundos para Bolsonaro em suas redes sociais. Em vídeos publicados no Instagram, o ex-ministro pediu doações para tapulhar despesas do ex-presidente, incluindo honorários advocatícios, tratamento médico e o envio de recursos ao rebento Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos Estados Unidos.
Resguardo de Gilson Machado
Em resposta, Gilson negou qualquer tentativa de facilitar Mauro Cid a deixar o país. Ele afirmou que unicamente buscava renovar o passaporte do pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães, e que desconhecia qualquer processo investigativo até que a notícia foi divulgada pela prelo.
“Não fui intimado pela Polícia Federalista nem pela PGR. Fiquei sabendo disso agora pela mídia. Não tem zero a ver com Mauro Cid. Eu estava ajudando meu pai”, declarou.
Sobre a campanha de arrecadação, o ex-ministro disse que “unicamente replicou” uma mobilização anterior feita por apoiadores, e negou envolvimento em qualquer fraude ou irregularidade. O deputado Eduardo Bolsonaro chegou a agradecer publicamente os apoiadores, mas recusou a ajuda financeira promovida por Gilson.
Mauro Cid: figura mediano em inquéritos do STF
Mauro Cid é um dos principais alvos das investigações que cercam Jair Bolsonaro e sua equipe mais próxima. O militar, que firmou congraçamento de colaboração premiada, já prestou diversos depoimentos revelando detalhes das supostas tentativas de deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e da disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral.
A apuração da tentativa de obter um passaporte europeu — e potencialmente facilitar sua fuga — pode aumentar ainda mais a situação jurídica dos envolvidos, principalmente se for provado que houve dolo ou conivência de figuras públicas.
Próximos passos
Com a solicitação formal da PGR, cabe agora ao ministro relator no STF, provavelmente Alexandre de Moraes, autorizar ou não a buraco do sindicância. Caso autorizado, a Polícia Federalista passará a investigar oficialmente Gilson Machado, podendo convocá-lo para prestar testemunho e solicitar informações ao consulado português envolvido.
Essa novidade frente de apuração reforça o cerco em torno dos aliados mais próximos do ex-presidente, enquanto crescem os questionamentos sobre a tentativa de blindagem de figuras-chave do vetusto governo.
Compartilhe nas redes sociais
https://partidobrasiloficial.com.br/2025/06/12/ex-ministro-de-jair-bolsonaro-e-o-novo-alvo-da-pgr-e-pf-entenda/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ex-ministro-de-jair-bolsonaro-e-o-novo-alvo-da-pgr-e-pf-entenda / Natividade/Créditos -> Partido Brasil Solene