Legado chinês no Brasil, Zhu Qingqiao diz que os países latino-americanos não são “quintal de ninguém” ao tutorar cooperação
A China tem reforçado seu investimento nas relações com a América Latina e com o Caribe porquê estratégia para ampliar sua influência global e se contrapor à supremacia dos Estados Unidos na região. A aproximação foi reafirmada durante a 4ª reunião do fórum do país asiático com a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), realizada em maio, em Pequim, com a presença dos presidentes Xi Jinping (China), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia), Gabriel Boric (Chile) e outros representantes regionais.
O evento marcou os 10 anos do fórum criado em 2014, durante visitante de Xi ao Brasil, e resultou na aprovação da Enunciação de Beijing e de um Projecto de Ação Conjunto. O pacote inclui medidas nas áreas de infraestrutura, negócio, instrução, cultura e conectividade do dedo.
O governo chinês também anunciou a licença de 3.500 bolsas de estudo e 10.000 vagas de treinamento aos Estados que integram a Celac e o início, em período experimental, da isenção de vistos para cidadãos de 5 países da região, entre eles o Brasil.
Um ponto importante foi a presença de representantes do Haiti e de Santa Lúcia na reunião em Pequim. Embora mantenham relações diplomáticas com Taiwan, e não com a China, ambos foram muito recebidos no encontro. Outros 5 países da América Latina que também reconhecem Taiwan —porquê o Paraguai — não enviaram representantes.
REAÇÃO AOS EUA
A intensificação das relações entre China e América Latina pode ser interpretada porquê uma resposta aos Estados Unidos. Desde o início do 2º procuração de Donald Trump (Partido Republicano), os 2 países travam uma guerra mercantil, com tarifas superiores a 100%.
Porquê já mostrou o Poder360, os chineses têm ampliado sua influência na América Latina e, em muitos casos, deslocado os EUA porquê principal parceiro mercantil da região. No Brasil, por exemplo, o negócio com os norte-americanos cresceu 215,3% de 2000 a 2024, passando de US$ 29,2 bilhões para US$ 92 bilhões. No mesmo período, as trocas com a China saltaram de US$ 2,8 bilhões para US$ 188,4 bilhões —um aumento de 6.522%.
Em 1981, a China ocupava a 38ª posição entre os maiores parceiros comerciais do Brasil. Em 2009, alcançou o 1º lugar, posição que mantém até hoje.
INVESTIDA CHINESA NA REGIÃO
Na avaliação do governo de Xi Jinping, a América Latina representa uma aliada estratégica diante de um cenário global marcado por disputas entre blocos e progresso do protecionismo.
Em cláusula publicado neste Poder360, o legado chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, afirma que a relação procura fortalecer a autonomia dos países latino-americanos diante de potências externas.
Ele defende que a região “não é o quintal de ninguém” –em referência a uma fala do secretário de Resguardo dos Estados Unidos, Pete Hegseth, em 13 de abril de 2025. Trump também já afirmou que a região “talvez” tenha que escolher entre os EUA e a China.
A cooperação entre as partes tem avançado sobretudo por meio da Iniciativa Cinturão e Rota, proposta por Xi em 2013. A chamada Novidade Rota da Seda é um dos maiores programas econômicos do gigante asiático. Inclui projetos de infraestrutura e logística que interligam o país por terreno e chuva à Ásia Mediano, ao sul e ao sudeste do continente, à Europa, à África e a outros lugares do mundo.
Atualmente, 149 países já integram a iniciativa. O Brasil não faz segmento da Novidade Rota da Seda.
Durante a reunião ministerial, o presidente Xi também anunciou 5 novos eixos de ação entre China e América Latina: solidariedade, desenvolvimento, cultura, silêncio e intercâmbio entre povos. A intenção, segundo Pequim, é erigir uma “comunidade de porvir compartilhado”.
Além das parcerias comerciais, a China tem buscado estreitar laços políticos com os países latino-americanos. Em 2024, por exemplo, Brasil e China firmaram o “Consenso de 6 Pontos” sobre a guerra na Ucrânia e criaram o “Grupo de Amigos da Tranquilidade” na ONU (Organização das Nações Unidas), com uma enunciação conjunta em obséquio do diálogo e da solução pacífica do conflito.
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