O STF já avisou que vai legislar sobre as “fake news”, nem que seja “jurisprudencialmente”, uma vez que afirma o ministro Flávio Dino. Fiz questão de recortar e colocar cá a fala toda do ministro. O problema dessa fala não é o seu teor, mas quem fala.
O ministro fala uma vez que se fosse Leão XIV pontificando sobre o muito e o mal, e não uma vez que um ator interessado do debate político. O problema é que o ministro tem lado político (um “perfil político muito desenhado” nas inesquecíveis palavras do Decano), o que transforma a sua fala em uma prenúncio de perseguição política.
É óbvio que há crimes por meio de palavras, e a legislação penal já os prevê. O problema é um Supremo com evidente viés político julgar com base “no bom, no muito e no belo” e não com base na legislação vigente. O palavrório apocalíptico do ministro Dino esconde, sob uma toga de grave preocupação moral e até civilizatória, o objetivo de emudecer todo um lado do espectro político.
Deem uma passeada nos perfis de esquerda no X. Recomendo que o façam com desvelo e mantendo uma intervalo sanitária, pois, segundo o ministro, as fake news são uma vez que uma facada ou um tiro. Mas é evidente que o ex-governador do PC do B não estava se referindo a esses perfis. Por fim, fake news é monopólio da “extrema-direita”.
Lula acabou de deixar um país em que apertou a mão de um líder que já resolveu o problema das “fake news” em seu país. Talvez tenha ido para importar a tecnologia.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e rabi em Economia e Finanças pelo Insper. Jornal da cidade
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