O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Medial decidiu nesta quarta-feira (7) sublevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, levando os juros básicos da economia para 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006. A decisão foi unânime entre os membros do comitê, em meio a um cenário de inflação resistente e incerteza econômica.
O aumento já era esperado por segmento do mercado, embora analistas estivessem divididos entre uma subida de 0,5 ou 0,75 ponto percentual. Com a decisão, o BC reforça seu compromisso em controlar a inflação, que está supra da meta estabelecida pelo Parecer Monetário Vernáculo, atualmente em 4,5%.
“Nas divulgações mais recentes, a inflação enxurro e as medidas subjacentes mantiveram-se supra da meta para a inflação”, destacou o transmitido do Copom, que também apontou uma incipiente moderação no desenvolvimento econômico.
Atualmente, a inflação brasileira gira em torno de 5,48% ao ano, de entendimento com os dados mais recentes. O BC tem uma vez que principal instrumento o aumento da Selic para sustar a pressão inflacionária, atuando diretamente na redução do consumo e no encarecimento do crédito.
Para Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas da Equus Capital, a subida vem uma vez que resposta à pressão cambial e aos custos crescentes de produção:
“A decisão visa segurar o progresso dos preços, principalmente em setores que sofrem impacto direto da volatilidade cambial e do aumento dos custos.”
Apesar do tom firme, há sinais de que o termo do ciclo de subida pode estar próximo. Segundo Pablo Spyer, mentor da Ancord:
“O Banco Medial sinalizou que poderá reduzir o ritmo de aperto nas próximas reuniões. Secção do mercado já começa a enxergar a subida de hoje uma vez que uma das últimas deste ciclo.”
O Copom destacou ainda que o cenário para a próxima reunião é de “elevada incerteza”, o que pode indicar maior cautela nas decisões futuras. A próxima reunião do comitê está prevista para o mês de julho.
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