Bolívia prende juíza que anulou ordem de prisão contra Evo Morales

A juíza Lilian Mulato foi presa nesta segunda-feira (5) pela Polícia Boliviana, depois anular uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, denunciado de estupro de vulnerável e tráfico de uma juvenil. A decisão da juíza já havia sido suspensa por instância superior, conforme informou o Ministério Público da Bolívia.

Fontes do Ministério do Governo confirmaram a prisão ao via Unitel. Mulato foi detida quando se deslocava para o município de La Guardia e, posteriormente, transferida para La Silêncio em um voo mercantil.

Governo acusa juíza de prevaricação e rebelião

De congraçamento com o jornal Los Tiempos, o ministro da Justiça, César Siles, confirmou que foi apresentada uma ação penal contra Lilian Mulato pelos crimes de prevaricação e rebelião a decisões constitucionais, devido à sua decisão que favoreceu Evo Morales.

O Parecer da Magistratura da Bolívia solicitou ainda a suspensão temporária da magistrada, alegando que houve extrapolação de suas funções ao conceder liberdade ao ex-presidente por meio de ação de liberdade — medida que ela não teria cultura constitucional para impor.

Outro juiz de La Silêncio também será investigado por atuar de forma similar em casos relacionados a Evo Morales.

Juíza alegou ameaças antes de ser detida

Um dia antes de ser presa, Lilian Mulato enviou uma mensagem de áudio ao programa “Asuntos Centrales”, afirmando que se sentia ameaçada. Chorando, ela declarou:

“Há um Deus que vê supra de todas as coisas. Tomo minhas decisões por qualquer cidadão, seja ele quem for. Não estamos cá para endossar coisas malfeitas.”

Evo Morales é denunciado de estupro de vulnerável

Em janeiro de 2025, o juiz Nelson Rocabado havia determinado a prisão preventiva de Evo Morales por não comparecer a tribunal em processo onde é denunciado de manter relação sexual com uma juvenil, com quem teria tido um rebento em 2016.

Morales, de 65 anos, nega as acusações, mas a lei boliviana classifica a relação com menores porquê estupro de vulnerável — transgressão grave que pode levar à prisão.