Forças Armadas: Lula ouve de comandantes que falta recurso para combustível

Os comandantes da Marinha, do Tropa e da Aviação apresentaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (2), um quadro da situação financeira das três forças. O ministro da Resguardo, José Múcio Monteiro, participou do encontro.

As Forças Armadas têm enfrentado um cenário de restrição de recursos, uma vez que 91% do orçamento de 2025 estão destinados a despesas obrigatórias. Lula ouviu, por exemplo, que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) correm risco de permanecer em solo por falta de combustível.

Marinha e Tropa estão em situação semelhante, inclusive, com contratos com detido de pagamento. Conforme apurou a reportagem o presidente se mostrou disposto a resolver os problemas orçamentários no segundo semestre.

O general Tomás Paiva (Tropa), o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Damasceno (Aviação) também reforçaram a premência de aprovação da chamada PEC da Previsibilidade, que depois de um ano e meio paragem no Senado teve o relator indicado na Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ). Coincidentemente é o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Caso passe, a proposta estabelece o aumento gradual do percentual de investimentos em Resguardo Vernáculo a partir do Resultado Interno Bruto (PIB). A meta é que chegue a 2% em oito anos. Índice recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Setentrião (Otan).

A medida é vista porquê opção para a manutenção dos investimentos mesmo diante da mudança de governos. A previsibilidade de gastos significaria prometer, por exemplo, recursos para pesquisas e projetos estratégicos, porquê o submarino nuclear e o míssil tático de cruzeiro.

Uma veras que está longe da atual. As despesas discricionárias do Tropa embutidas no Novo PAC devem chegar a R$ 1,43 bilhão, 36% aquém do R$ 1,95 bilhão necessário à Força Terrestre. O mesmo vale para as demais despesas discricionárias: dos R$ 3,9 bilhões necessários, o Congresso destinou R$ 2,2 bilhões.