Dom Odilo Scherer, pároco de São Paulo, diz que escola de cardeais ficou mais diversificado depois do papado de Francisco
O cardeal dom Odilo Scherer, pároco de São Paulo, disse nesta 2ª feira (21.abr.2025) que “ninguém deverá se surpreender” se o novo papa, a ser escolhido durante o Conclave, for um asiático ou africano.
“Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano para ser papa, ou um cardeal asiático, ou novamente um cardeal italiano. Está nas possibilidades. Se isso sobrevir, não significará que a Igreja se voltou só para a África ou somente para a Ásia, deu as costas à América ou voltou a se centrar na Europa. Qualquer um que for escolhido papa deverá restaurar o zelo da Igreja porquê um todo. Portanto, é o tempo do pontificado que vai depois nos expressar para onde irão as escolhas pessoais que o papa fará”, afirmou.
Dom Odilo destacou que essa variedade de nacionalidades entre os possíveis eleitos decorre do trajo de que, durante o pontificado de Francisco, o escola de cardeais se tornou mais diversificado.
“O que mudou é que, desde o papa Francisco para cá, o escola dos cardeais está muito mais internacionalizado do que antes. A grande maioria dos cardeais já não é mais de europeus. As Américas Latina e do Setentrião têm um grande peso. A África tem um peso significativo, e a Ásia também”, explicou.
Para o cardeal, embora ainda não seja provável prezar a nacionalidade ou o perfil político do novo papa, o que se sabe até o momento “é que ele não será um novo Francisco”.
“Ninguém espera que o próximo papa seja o Francisco 2º. Pode até ter o nome de Francisco 2º, mas não será semelhante a ele. Será outro papa.”
“Ninguém espera um papa em prol da guerra. Ninguém espera um papa que não cuide dos pobres. Ninguém espera um papa que não diga aos padres que devem ser muito formados. Isso é a norma universal. Portanto, o próximo papa será alguém que vai cuidar muito da vida da Igreja e de sua missão. Porém, o próximo papa será uma pessoa humana, não será um robô”, reforçou.
CARDEAL
Dom Odilo foi nomeado cardeal, em 2007, pelo papa Bento 16. Um cardeal é a mando da Igreja Católica que está mais próxima do papa e que pode participar e votar no Conclave para a escolha de um novo pontífice. Todos os cardeais com menos de 80 anos, porquê é o caso de dom Odilo, têm recta a voto. E qualquer cardeal pode ser eleito papa.
Em entrevista coletiva na manhã desta 2ª feira (21.abr.2025), na Catedral da Sé, no núcleo de São Paulo, antes de comemorar uma missa em homenagem ao papa Francisco, dom Odilo afirmou que deverá participar do funeral do pontífice e também do Conclave, do qual já participou em 2013 e que elegeu Jorge Mario Bergoglio. Nesse mesmo ano, seu nome chegou a ser especulado entre os possíveis sucessores.
O cardeal destacou que, depois da morte do papa Francisco, nesta madrugada, as “especulações e torcida” sobre o novo pontificado devem encetar. Apesar de isso ser procedente, disse, a escolha do novo papa será “resultado de um discrição coletivo” dos cardeais.
“A escolha do papa não é um conchavo feito anteriormente, já pronto. Isso é fantasia. A escolha do papa vem de um discrição que se faz em um clima de prece e de um siso de responsabilidade em relação à Igreja. A responsabilidade é pela Igreja, não por salvar uma ideologia, um partido ou um sabor pessoal. Não é uma campanha eleitoral”, afirmou.
Dom Odilo também disse que as especulações sobre se o novo papa será mais conservador ou progressista são externas e não se refletem dentro da Igreja.
“A preocupação na escolha do papa, com toda certeza, não é se ele é progressista ou conservador. Essa é uma preocupação externa. O evangelho é tanto progressista quanto conservador. Claramente, a opção pelos pobres, a atenção à justiça social, o zelo dos migrantes e a preocupação com a silêncio no mundo não são posturas progressistas ou conservadoras, são posturas do evangelho”.
Com informações da Escritório Brasil.
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