A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21) pelo Vaticano, trouxe novamente à tona uma antiga obra cercada de mistério e controvérsia: a Profecia dos Papas, supostamente escrita no século XII por São Malaquias, prelado irlandês que teria tido uma visão profética durante uma visitante a Roma em 1139.
A obra, invenção nos arquivos do Vaticano em 1595 pelo monge beneditino Arnold Wion, contém 112 lemas curtos em latim, que descreveriam os pontífices da Igreja Católica a partir de Celestino II, eleito em 1143, até o término do mundo. A última profecia menciona um papa chamado “Petrus Romanus” — Pedro, o Romano — que conduziria a Igreja em meio a grandes tribulações, culminando na devastação de Roma e no Raciocínio Final.
“Pedro, o Romano, alimentará seu rebanho entre muitas turbulências, depois as quais a cidade das sete colinas será destruída e o formidável Juiz julgará seu povo”, diz a derradeira frase da obra.
Relação com Francisco e especulações sobre o sucessor
Muitos estudiosos e intérpretes sugerem que Francisco seria o último papa antes da chegada de Pedro, o Romano, ou até mesmo que ele próprio teria encarnado essa figura profética, oferecido seu nome de batismo — Jorge Mario Bergoglio — e a potente relação pastoral que manteve com o povo.
Outros apontam que o sucessor de Francisco poderá executar a previsão, sobretudo por enquadrar o cenário atual de instabilidade geopolítica e moral, conforme descrito no texto.
A teoria ganha força com uma cronologia simbólica: se o Papa Sisto V, citado uma vez que o 75º pontífice na risca da profecia, foi eleito em 1585 — 442 anos depois Celestino II —, e Francisco foi o 111º da lista, o conta indicaria que o Raciocínio Final viria 442 anos depois de 1585, ou seja, em 2027.
Autenticidade em discussão
Apesar da popularidade, muitos historiadores consideram que a profecia tenha sido fomentada no século XVI, provavelmente com fins políticos durante disputas pela sucessão papal. Isso explicaria por que os lemas anteriores a 1590 são mais precisos, enquanto os seguintes tornam-se vagos e facilmente adaptáveis a múltiplas interpretações.
Ainda assim, a coincidência entre alguns lemas e episódios marcantes da história da Igreja — uma vez que a frase “De labore Solis” (“Do eclipse do Sol”), associada a João Paulo II, que nasceu durante um eclipse solar — segue alimentando a curiosidade de fiéis e pesquisadores, embasados em questionamentos e antigas interpretações.
Agora, com a rombo do período de sede vacante e a expectativa pela escolha do novo papa, o tópico entra em subida outra vez: será ele Pedro, o Romano? Caso se confirme, muitos se perguntam se isso poderia simbolizar o prenúncio do Raciocínio Final.
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