A Justiça de Minas Gerais autorizou a prisão do deputado federalista André Janones (Avante-MG) caso ele descumpra as medidas protetivas impostas em obséquio de sua ex-companheira, a prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante). A decisão, assinada pelo juiz Paulo Fernando Naves de Resende, determina que a violação das ordens judiciais pode configurar delito passível de prisão em flagrante. A lei também autoriza o uso de força policial para prometer que as medidas sejam cumpridas.
O contexto da denúncia
A denúncia partiu da própria Leandra Guedes, que acusa o parlamentar de ameaças e chantagens, incluindo o envio de uma retrato íntima dela a um secretário municipal. Segundo consta no processo, os atos de Janones teriam ocorrido em seguida o término do relacionamento entre os dois, configurando um cenário de violência moral e psicológica. O juiz responsável pelo caso considerou que as ações do deputado ultrapassam o contextura político e invadem de forma agressiva a esfera pessoal da prefeita.
As medidas impostas pela Justiça
Janones foi formalmente notificado das restrições em janeiro deste ano. Entre as medidas estabelecidas pela Justiça estão a proibição de qualquer tipo de contato com Leandra Guedes e seus familiares, a obrigação de manter uma intervalo mínima de 300 metros da prefeita e a vedação de frequentar os mesmos ambientes que ela. Outrossim, ele está impedido de “publicar, transmitir ou propagar fotografias, vídeos ou qualquer mídia a saudação da intimidade da ofendida”. O descumprimento de qualquer uma dessas condições pode acarretar sua prisão imediata.
Violência psicológica e uso da imagem íntima uma vez que arma
A decisão judicial destaca que os atos de Janones configuram uma forma de violência que vai além das palavras. A divulgação ou prenúncio de divulgação de imagens íntimas é classificada, segundo a Lei Maria da Penha e a Lei Carolina Dieckmann, uma vez que violência psicológica e moral. Trata-se de um mecanismo de intimidação que afeta diretamente a liberdade da mulher, e pode ser usado para controlar, humilhar ou silenciar. No caso em questão, o uso desse tipo de material uma vez que forma de coerção agrava ainda mais o quadro. O juiz reforçou que a motivação política alegada por Janones não justifica nem atenua a seriedade do ato.
Isenção parlamentar e seus limites
Embora parlamentares possuam isenção para opiniões, palavras e votos no treino do procuração, a legislação brasileira é clara ao estabelecer que essa privilégio não se estende a crimes comuns, principalmente os de cunho pessoal e íntimo. O caso de Janones acende mais uma vez o debate sobre os limites da isenção parlamentar. Especialistas em recta constitucional afirmam que não há impedimento lícito para que um deputado responda por ações que envolvam violência contra a mulher, principalmente quando há medidas protetivas em vigor.
Repercussão política e pública
O caso gerou intensa repercussão tanto nas redes sociais quanto no meio político. Parlamentares de diversos partidos manifestaram indignação e cobraram providências. O PSOL, a Rede e o PDT divulgaram notas em base à prefeita Leandra Guedes e pediram que a Câmara dos Deputados analise o caso com urgência. Organizações de resguardo dos direitos das mulheres também se posicionaram, destacando a influência do cumprimento rigoroso da Lei Maria da Penha, independentemente do função ocupado pelo assaltante.
O silêncio de Janones
Até o momento, Janones não se pronunciou publicamente sobre a decisão judicial. Seus advogados, no entanto, classificaram a medida uma vez que “exagerada” e afirmaram que irão recorrer. A resguardo argumenta que a relação entre o deputado e a prefeita “sempre foi conturbada” e que há “tentativas de manipulação da narrativa por motivos políticos”. A equipe jurídica, porém, não negou de forma direta o envio da imagem íntima, o que levanta ainda mais dúvidas sobre a risca de resguardo adotada.
A coragem de denunciar e o impacto sobre outras mulheres
O gesto de Leandra Guedes ao denunciar publicamente um parlamentar espargido nacionalmente é considerado, por especialistas e movimentos feministas, uma vez que um marco simbólico de resistência. Denunciar um ex-companheiro poderoso é um passo que muitas mulheres não conseguem dar, seja por pânico, vergonha ou falta de base institucional. O caso pode encorajar outras vítimas de violência moral e psicológica a romperem o silêncio e buscarem proteção lícito.
Um sinal de progresso institucional
A autorização de prisão de um deputado federalista por descumprimento de medidas protetivas é um indicativo de que a Justiça está mais sensível aos casos de violência de gênero. Trata-se de um sinal importante de que nem mesmo autoridades eleitas estão supra da lei. Ao priorizar a segurança da vítima e prometer que a lei seja aplicada com imparcialidade, o Judiciário contribui para fortalecer a credibilidade do sistema de proteção às mulheres no país.
Peroração: justiça ou espetáculo?
Apesar das reações divididas entre apoiadores e opositores do deputado, a decisão da Justiça não se baseia em disputas partidárias, mas sim em fatos concretos. A propagação de imagens íntimas sem consentimento e a prática de ameaças representam sérias violações aos direitos humanos, que não podem ser relativizadas em nome de interesses políticos. O caso Janones expõe, mais uma vez, uma vez que a violência contra a mulher pode ocorrer até nos mais altos escalões do poder e reforça a urgência de políticas públicas efetivas de proteção e conscientização. Independentemente do desfecho, a autorização de prisão é um passo significativo na luta contra a impunidade e uma mensagem clara: nenhuma mulher está sozinha.
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