O moca, um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, deve permanecer ainda mais dispendioso nos próximos dois meses. De tratado com a Associação Brasileira da Indústria de Moca (Abic), o preço do resultado pode aumentar até 25% nos supermercados. Essa subida se soma ao aumento aglomerado de 37,4% registrado em 2024, tornando o moca o item mais dispendioso da cesta básica. O cenário é resultado de uma combinação de fatores, porquê a seca prolongada, as altas temperaturas e o aumento dos custos de logística. A expectativa é que os preços só comecem a se estabilizar a partir do segundo semestre, quando a novidade safra será colhida.
Contexto climatológico e impactos na produção
As condições climáticas adversas dos últimos anos têm sido o principal fator por trás do encarecimento do moca. A seca e as altas temperaturas registradas em 2023 e 2024 prejudicaram significativamente a produção do grão, mormente nas regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo. Para sobreviver, as vegetação de moca precisaram abortar frutos, o que reduziu a quantidade disponível para colheita. Aliás, os custos de produção aumentaram devido à premência de regadura e outros tratos culturais. O presidente da Abic, Pavel Cardoso, destacou que a indústria ainda não repassou integralmente os custos mais altos aos consumidores, o que explica a expectativa de novos aumentos nos próximos meses.
Demanda global e custos logísticos
Além dos desafios climáticos, a demanda global por moca tem pressionado os preços. A China, por exemplo, se tornou um dos principais importadores do resultado brasiliano, aumentando a competição pelo grão no mercado internacional. O dólar valorizado frente ao real também tornou as exportações mais atrativas, reduzindo a oferta interna.
Outro fator que contribuiu para o aumento dos preços foi o encarecimento dos custos logísticos, mormente devido às guerras no Oriente Médio, que dificultaram o transporte de mercadorias. Esses elementos combinados criaram um cenário de subida volatilidade para o moca, tanto no mercado interno quanto no exterior.
Perspectivas para o horizonte
Apesar do cenário provocador, há esperança de que os preços do moca possam se estabilizar no horizonte. A safra de 2025, que começa a ser colhida em abril, deve trazer qualquer refrigério, embora a produção seja 4,4% menor que a do ano anterior. A expectativa é que, com a melhora das condições climáticas, a safra de 2026 possa ser recorde, aumentando a oferta e reduzindo os preços. Enquanto isso, os consumidores devem se preparar para remunerar mais dispendioso pelo tradicional cafezinho. A Abic recomenda que as indústrias e os supermercados busquem alternativas, porquê a adoção de novas embalagens, para oferecer opções mais acessíveis aos consumidores.