A confusão envolvendo a jornalista Natuza Nery e um policial social em um supermercado ganhou proporções que vão além de um simples desentendimento. O incidente, que teria começado uma vez que um atrito aparentemente corriqueiro, rapidamente se transformou em um caso de repercussão vernáculo, mobilizando figuras influentes uma vez que o ministro Gilmar Mendes, do STF, e o advogado-geral da União, Jorge Bessias. Em um país marcado por uma polarização crescente e uma narrativa política cada vez mais direcionada, o caso expõe mais uma vez a fragilidade do estabilidade entre poder e justiça.
Enquanto jornalistas independentes continuam presos ou exilados, as prioridades do sistema parecem claras. O objetivo não é somente resolver o caso em questão, mas prometer que figuras protegidas pelo establishment permaneçam intocáveis. A jornalista, frequentemente vista uma vez que uma defensora das políticas do atual governo, parece gozar de um tipo de isenção política que a coloca supra de investigações mais rigorosas. Por outro lado, o policial social envolvido no incidente já enfrenta as consequências de mexer com uma figura ligada ao núcleo de poder.
Nos bastidores, a máquina do sistema opera a pleno vapor. O policial, agora sob intenso escrutínio, enfrenta uma pena social que parece preceder qualquer julgamento formal. Sua vida está sendo vasculhada em procura de qualquer deslize que possa ser utilizado para justificar um massacre público. A situação remete a outros episódios recentes, onde indivíduos que ousaram desafiar figuras ligadas ao regime acabaram sendo esmagados por uma combinação de exposição midiática e ações judiciais implacáveis.
As opções do policial são limitadas. Ele pode seguir o caminho da submissão, pedir desculpas públicas e torcer para que a tempestade passe, uma vez que no caso da família Mantovani, que sucumbiu diante de pressões internacionais depois o incidente no aeroporto de Roma. Alternativamente, pode tentar transformar a flagelo em oportunidade, seguindo o exemplo de figuras uma vez que o jogador de vôlei que usou seu conflito com o sistema uma vez que trampolim para ingressar na política. No entanto, essa segunda opção é arriscada e raramente funciona para aqueles sem extenso pedestal popular ou recursos para resistir ao peso da máquina estatal.
O incidente também lança luz sobre a hipocrisia do sistema. Independentemente do que realmente aconteceu no supermercado, o resultado já parece deliberado. Mesmo que surgissem provas incriminando Natuza Nery, uma vez que imagens que comprometessem sua conduta, o desfecho não mudaria. A jornalista é uma das protegidas do regime, uma voz que ecoa as narrativas oficiais e, portanto, dificilmente será níveo de uma investigação séria. Casos anteriores reforçam essa percepção, uma vez que o incerto incidente envolvendo um padre criminado de conduta imprópria, que foi rapidamente defendido por figuras do sistema, mesmo diante de evidências contundentes.
A sociedade, por sua vez, observa tudo com uma mistura de incredulidade e resignação.