Um bombeiro de folga salvou a vida de uma bebê de 9 meses em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Jeferson Antunes Borges, de 47 anos, estava na sacada de sua moradia aguardando uma entrega quando percebeu um táxi parando na rua. O motorista, que era o avô da moço, estava tentando socorrer sua neta, Maria Júlia Lima Oliveira, que estava engasgada.
Jeferson começou a orientar a família à intervalo, mas não hesitou em se aproximar do coche para prometer que a bebê fosse devidamente socorrida e salva.
Imagens de uma câmera de monitoramento de uma rua no bairro Ocian mostram a ação do bombeiro diante dos pais da bebê Jessica Karina Pereira de Pereira e Guilherme Felicio Oliveira, e do avô paterno.
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A família é de Carapicuíba (SP) e estava a passeio no litoral. Ao g1, a mãe da moçoila afirmou que considerou uma “coincidência divina” ter parado o veículo para pedir socorro em frente à moradia do bombeiro. “Fiz um curso de primeiros socorros, mas, no momento, não conseguia agir, perdi o solo e só sabia gritar por ajuda. Graças a Deus, o cabo Antunes estava para nos ajudar”, disse Jessica.
O ponto escolhido pela família não é a única coincidência do salvamento de Maria Júlia. Segundo o bombeiro, ele só estava em moradia na sexta-feira (3) porque teve alguns imprevistos no planejamento da folga.
“Eu tinha feito vários planos. A minha esposa é professora, minha filha está de férias, logo nós íamos transpor de moradia aquele dia para passear, mas acabou que zero deu visível”, revelou Jeferson.
O varão contou que estava calor e, por isso, pediu um açaí por delivery. Ele estava esperando a entrega na sacada quando percebeu a movimentação estranha do táxi.
Tinha um coche fazendo uma manobra ali que não batia, estava fora do normal. Fiquei observando aquilo. O motorista do táxi desembarcou rapidamente, deixou o coche mal estacionado e já foi para o banco de trás”, relembrou Jeferson.
Socorro
O bombeiro percebeu que o motorista retirou a bebê do banco traseiro e iniciou procedimentos que pareciam manobras de desengasgo. Por isso, começou a dar orientações em voz subida para ajudar a família, mas percebeu que todos estavam muito nervosos e decidiu ir até lá.
“É importante desengasgar o mais rápido verosímil para o cérebro não permanecer sem oxigênio, só que eu estava em moradia de folga, à vontade”, afirmou o varão que correu para ajudar a família.
Segundo o bombeiro, não demorou para Maria Júlia responder ao procedimento de desengasgo. “Logo no início ela desengasgou, só que não voltou plena, ainda estava com qualquer problema”, disse Jeferson.
O profissional pediu para as pessoas acionarem o Corpo de Bombeiros, pois a moço precisava ser levada a um hospital. No entanto, logo percebeu que tinha o coche da família. “Eu peguei a bebê ainda na posição correta, fui até o coche, embarquei e falei: ‘vamos, vamos, vamos embora’. A segmento mais difícil não foi fazer a manobra, foi controlar as pessoas que estavam ali envolvidas emocionalmente com a bebê para a gente poder se transladar até o PS [Pronto-Socorro] mais próximo sem tolerar um acidente”, relembrou.
Histórico
O bombeiro acompanhou os familiares até o hospital, onde explicou à equipe o que tinha ocorrido. Depois, ele foi para moradia se trocar. “Eu estava só de shorts, voltei para moradia, tomei um banho e depois retornei para o PS”, disse o varão.
Na unidade, ele descobriu que a bebê já estava doente, convulsionou e se engasgou com a seiva e vômito. Apesar disso, viu que a moço já estava medicada e se recuperando. “O sentimento é de uma satisfação enorme. Eu não me considero herói, me considero um privilegiado de poder viver aquela experiência”, relatou Jeferson.
Família
O pai da bebê, Guilherme Felicio Oliveira, contou que a família chegou em Praia Grande no dia 30 de dezembro de 2024 e pretendia permanecer até o dia 4 de janeiro..
No entanto, Maria Júlia ficou doente na noite do dia 2 e, por isso, os familiares anteciparam a volta para Carapicuiba para o dia 3. “A gente estava indo embora”, disse Guilherme sobre o momento do sufoco.
Para Jessica, tudo aconteceu muito rápido. “Quando olhei para minha filha, ela já estava convulsionando”, relembrou a recepcionista. “O susto foi grande, mas hoje só temos que agradecer a Deus primeiramente e ao cabo. Seremos eternamente gratos pela vida dele, estará sempre em nossas orações. O cabo Antunes foi um herói”, finalizou.
Treinamento
Há quase 20 anos no Corpo de Bombeiros, Jeferson enfatizou sobre a preço de treinamentos para casos de engasgos. “Acaba ficando uma memória mecânica, logo fica mais fácil. […] Você passa firmeza no que está fazendo e aí as pessoas vão se acalmando”, afirmou.
Jeferson Antunes atua no Corpo de Bombeiros há 19 anos — Foto: Registo pessoal
Manadeira/Créditos: G1
Créditos (Imagem de toga): Foto: Registo pessoal