O governo da Argentina vai sujeitar a um “teste de idoneidade” tapume de 40 milénio funcionários públicos e exonerar aqueles que não conseguirem passar, disse nesta quinta-feira (10) o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni. Ele não deu detalhes de uma vez que as comissões avaliadoras serão integradas ou se haverá instâncias de recurso para aqueles que não passarem na prova on-line.
“Entendo que a idoneidade será avaliada em pontos elementais para satisfazer as tarefas de cada posto”, disse o porta-voz, detalhando que até 2 milénio testes serão aplicados por dia a partir de 1º de dezembro.O teste será obrigatório para todos os funcionários do Estado com contratos com vencimento em 31 de dezembro próximo.
A assinatura de contratos é uma prática habitual no Estado prateado, onde convivem funcionários permanentes com outros cujos contratos são renovados todo termo de ano, uma situação de precariedade na qual muitos podem permanecer por décadas.
“Será um requisito necessário, mas não suficiente, pois depois, logicamente, vão definir a renovação ou não pelos parâmetros usuais de se a pessoa merece a renovação do contrato”, acrescentou o porta-voz.
Arrocho
Desde que assumiu, em dezembro do ano pretérito, o governo do presidente Javier Milei aplica um potente arrocho fiscal que denominou de política “da motosserra” com a eliminação do Ministério da Mulher, no rebaixamento da pasta de Ensino para o status de secretaria e na supressão de organismos uma vez que o de violência de gênero, o de luta contra a discriminação ou o Instituto de Assuntos Indígenas.
Essas decisões implicaram em dezenas de milhares de demissões, multiplicadas pela decisão governamental de frear as obras públicas.”Já demitimos 50 milénio funcionários públicos e vamos prescindir outros 50 milénio”, anunciou o presidente durante um fórum empresarial em junho. “Em termos de contratos, vamos findar mandando embora 75 milénio pessoas, já demitimos 25 milénio”, acrescentou na ocasião.
Em um relatório apresentado no Congresso pelo director de Gabinete, Guillermo Francos, o governo reportou que, até junho, demitiu 26.600 funcionários da governo pátrio e contratou 2.700.
Os sindicatos de professores realizaram nesta quinta-feira (10) um dia de greve na Argentina com o espeque dos estudantes, que ocuparam as universidades contra o veto do presidente Javier Milei para uma lei que lhes atribuía mais fundos, depois que a decisão presidencial foi ratificada na quarta-feira no Congresso.
A Lei de Financiamento Universitário, que prevê um aumento no orçamento das universidades para gastos de funcionamento, salários de professores e funcionários, já havia sido aprovada no Congresso. Entretanto, o presidente de extrema direita a vetou. A maioria das universidades públicas do país foi afetada pela greve de 24 horas, à qual se juntaram sindicatos que representam o resto dos trabalhadores das instituições de ensino superior, cujas reivindicações por aumentos salariais estão no núcleo do conflito.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito
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