A disputa pessoal travada entre os partidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro aponta para maior nepotismo de candidatos do PL no enfrentamento direto com nomes do PT.
De congraçamento com dados do Índice CNN, agregador de pesquisas desenvolvido pelo Ipespe Analítica, em 5 capitais e 9 grandes cidades o líder na disputa é correligionário de Bolsonaro, diante de 6 aliados de Lula que estão primeiro dos concorrentes em 1 capital e 6 municípios com mais de 200 milénio eleitores.
Essas localidades são as que a lei eleitoral prevê a realização de segundo vez. Somadas às 26 capitais, as 77 cidades compõem o chamado G103, grupo dos 103 maiores colégios eleitorais do país, onde votam mais de 60 milhões de brasileiros.
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De congraçamento com levantamento do Ipespe Analítica, candidatos do PL lideram nas seguintes capitais: Aracaju, Fortaleza, Maceió, Palmas e Rio Branco. Já o PT está primeiro em Teresina, a dez dias para o primeiro vez, em 6 de outubro.
Ao contrário do que a polarização política sugere, os enfrentamentos diretos entre PT e PL são pouco frequentes. Os dois partidos têm candidatos em 5 das 26 capitais: Fortaleza, João Pessoa, Vitória, Cuiabá e Manaus.
Dessas, somente na capital cearense as siglas têm chances reais de se enfrentarem em segundo vez, numa disputa entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT), que estão em primeiro e segundo lugares no agregador de pesquisas.
“Essa não é uma eleição da tal polarização pátrio calcificada que ia basicamente reproduzir nos municípios o confronto de 2022. Em 2024 tem pouco a ver com o que ocorreu em 2022, sobretudo no segundo vez de 2022”, afirma o investigador político, Antonio Lavareda.
Falando em segundo vez, a vantagem do PL também se reflete no número de candidaturas com potencial competitivo para uma eventual rodada final de votações. Além de liderar em 5 capitais e 9 grandes cidades, a {sigla} de Bolsonaro tem maior número de candidatos na vice-liderança em relação ao partido de Lula.
O PL tem 4 candidatos em segundo lugar nas capitais e 17 nas grandes cidades, enquanto o PT tem 4 nomes com chances de ir a segundo vez nas capitais e 12 nos maiores municípios do país.
Nas capitais, o PL lançou candidaturas em 13 – metade do totalidade. Já o PT disputa prefeituras em 11 capitais.
Nas outras 77 cidades que podem ter segundo vez, o PL tem candidatos em 43 municípios, enquanto o PT disputa 42 dessas prefeituras. Em 24 dessas localidades há confronto direto entre nomes dos dois partidos.
Progresso da direita
Essa vantagem do PL na conferência direta com o PT se insere em um contexto mais vasto de progresso dos partidos de direita nas capitais e grandes cidades. Já em 2020, siglas desse espectro elegeram mais prefeitos do que as agremiações de núcleo ou de esquerda. Agora, conforme dados do Índice CNN, esses partidos têm mais candidatos na liderança.
Quatro anos detrás, as candidaturas de partidos de direita somaram 42% das capitais e 51% das cidades do G103, conforme o IPESPE Analítica. Agora, pelas pesquisas agregadas no Índice CNN, esses percentuais podem subir para 77% nas capitais e 68% no G103.
“Nós estamos falando de cinco municípios em 103 que configuram esse tal conflito, essa tal polarização, isso é menos de 5% dessa categoria de municípios. Logo não é uma eleição de polarização é uma eleição de incumbência. A força da incumbência está aí confirmada”, afirma Lavareda.
Por sua vez, os partidos de núcleo, que haviam conquistado 35% das capitais e 32% das grandes cidades em 2020, estão na frente em 19% das capitais e 18% do G103 atualmente. As siglas de esquerda têm desempenho mais preocupante: de 23% das capitais, podem permanecer com somente 4%, e desabar de 18% para 14% nas grandes cidades.
Manadeira/Créditos: CNN
Créditos (Imagem de envoltório): Reprodução
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