Em debate no SBT nesta sexta-feira (20), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), falou sobre o aumento exponencial dos preços dos sepultamentos no município, que ficaram tapume de 11 vezes mais caros depois a privatização do sistema funerário feita pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição.
“Teve preço que aumentou 11 vezes. A pessoa pobre não consegue mais enterrar seu ente querido no momento mais difícil da vida”, disse. “O preço do velório aumentou quatro vezes. Na zona leste, outro dia, teve uma família que não conseguiu a missa de corpo presente porque queriam cobrar ainda mais para ter entrada à capela.”
Quando retomou a termo, Nunes disse unicamente: “Estamos fazendo um grande programa de desestatização.”
O caso foi noticiado pelo Brasil de Vestimenta em uma série de reportagens. A primeira, publicada ainda em fevereiro deste ano, mostra que os preços mais baixos para sepultar um familiar vão de R$ 3.250 a R$ 4.613,25, segundo valores de janeiro de 2024, a depender da empresa que oferece o serviço.
Até o início do março do ano pretérito, antes da licença da gestão dos serviços funerários à iniciativa privada, era provável remunerar R$ 289,35, segundo dados do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), com os seguintes serviços inclusos: caixão, coche para enterro, coche para remoção, enfeite floral, paramentos, mesa de condolência, véu, velas, velório, taxa de sepultamento e fundo impermeável.
Do valor prévio à privatização para a zero mais barata depois dela, há uma diferença de R$ 2.960.65. Isso significa que o valor atual é 11 vezes maior do que o anterior. Por telefone, as empresas informaram que valores mais baratos podem ser obtidos, mas só podem ser acessados fisicamente nas agências funerárias das concessionárias.
Durante sabatina do Brasil de Vestimenta, Boulos prometeu fechar o contrato com as cinco empresas que controlam o sistema funerário na capital paulista. “Minha atuação será integralmente para retomar o controle público e perfazer com essa indústria da morte em São Paulo”, afirmou.
Edição: Martina Medina
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