O deputado federalista Ricardo Salles (Novo-SP) foi o convidado do programa Redondel Oeste, exibido nesta quinta-feira, 12, no meato da Revista Oeste. Em mais de 90 minutos de conversa com os jornalistas Silvio Navarro, Cristyan Costa, Raphael Hakime, Geisiane Freitas e Ana Paula Rocha, o ex-ministro do Meio Envolvente abordou diversos temas da política vernáculo.
Logo na brecha, Salles criticou a atuação do Supremo Tribunal Federalista (STF) na votação sobre mudanças no Marco Social da Internet. Para ele, a proposta de regulação das redes sociais é uma tentativa de repreensão. “É claramente uma ação para controlar as redes, para vituperar a opinião pública”, afirmou.
O deputado também criticou a atuação dos ministros do STF no campo político. Em sua visão, “o Supremo não aceita que o Congresso tome a decisão de até não legislar” e disse que o ativismo judicial tem uma vez que intuito “tolher a liberdade de sentença dos brasileiros”.
Perguntado sobre os altos índices de desmatamento na Amazônia durante o governo Lula, Salles rejeitou comparações simplistas entre gestões. “Não é uma competição de quem é mais eficiente”, declarou. Segundo ele, a narrativa de que governos de direita são responsáveis pela devastação ambiental “é falsa”.
Para o deputado, o maior inimigo do meio envolvente é a pobreza. Ele afirmou que “há uma interdependência muito grande entre o mina proibido, lavagem de verba, tráfico de drogas e tráfico de armas” na região amazônica, e defendeu o fortalecimento do controle de fronteiras. “As Forças Armadas deveriam estar todas na fronteira”, disse.
Salles explicou os motivos que o levaram a deixar o Partido Liberal (PL) e ingressar no Partido Novo. Segundo ele, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024 foi sabotada pela lado ligada a Valdemar Costa Neto: “Comigo não tem esquema”, afirmou. “Quando viram que eu era muito poderoso, qual é a solução? Não dá legenda.”
Ele também criticou o suporte do PL à gestão Ricardo Nunes em São Paulo e disse que a {sigla} abriga dois grupos distintos: “uma segmento é o partido de direita, com Bolsonaro e outros nomes; e outra segmento é um grupo fisiológico, próximo ao PT e ao governo”.
Sobre as eleições de 2026, Salles indicou que pode disputar o Senado caso o ex-presidente Jair Bolsonaro concorra à presidência. “Se Bolsonaro for candidato, Tarcísio vai à reeleição e eu concorro ao Senado”, explicou. Ele também afirmou que apoiaria qualquer nome do campo da direita num eventual segundo vez contra a esquerda.
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Salles comenta o caso Zambelli
Ao comentar a pena da deputada Carla Zambelli pelo STF, Salles apontou o que considera falta de isenção nos julgamentos. “O processo dela já estava meio marcado para ser réprobo”, disse. Perguntado se votaria pela cassação da parlamentar na Câmara, foi direto: “Eu voto contra a cassação”.
Salles também afirmou que os processos judiciais contra figuras da direita têm excesso de “verborragia” por segmento dos acusados. “Há certas horas que você tem que diminuir o volume, para a poeira aterrar um pouco”, comentou.
O deputado reiterou sua oposição ao que chamou de “esquema do Centrão” e lamentou que segmento da direita tenha se coligado ao fisiologismo para seleccionar as mesas da Câmara e do Senado. “Essa turma vive do orçamento público, de cargos, de aparelho”, criticou. “Não tem ideologia.”
Salles condenou o tratamento oferecido aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e defendeu a aprovação de uma lei de anistia. “Há uma desproporcionalidade absurda nas penas”, disse, ao referir a pena de “14 anos de prisão para uma manifestante que passou batom na estátua”.
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Ao responder sobre sua relação com Bolsonaro, Salles reconheceu divergências, mas minimizou possíveis atritos. “Sempre tive autonomia, ele sempre me respeitou”, afirmou. Também elogiou nomes da base, uma vez que Tarcísio, Zema, Caiado, Ratinho Jr., Michelle e Eduardo Bolsonaro.
O deputado defendeu uma agenda liberal e propôs medidas radicais uma vez que privatizações, galanteio de emendas parlamentares e redução no número de deputados federais. Também criticou privilégios no funcionalismo público e se declarou contra o aumento de cadeiras na Câmara.
Em sua avaliação, a direita precisa amadurecer politicamente. Criticou o excesso de declarações precipitadas por segmento de lideranças do campo conservador e defendeu uma postura mais estratégica: “Tem que aprender a gerir a máquina e fazer política”, concluiu.
A entrevista encerrou-se com agradecimentos da bancada e um último glosa do deputado: “Se for para jogar o jogo uma vez que o Centrão joga, eu prefiro estar fora”, disse Salles. “Não preciso viver disso.”
Leia também: “Nas mãos do Senado”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 250 da Revista Oeste
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