Os aposentados não querem saber da CPI das Bets. Montada sob o pretexto de investigar supostos abusos do setor de apostas esportivas, a percentagem virou palco de selfies, piadas e lacração. Um varanda que parece ter sido armado para entreter a opinião pública enquanto o verdadeiro escândalo — o rombo bilionário do INSS — é sistematicamente engavetado.
A distopia é evidente. As apostas foram legalizadas por decisão do próprio governo. A Caixa Econômica Federalista, inclusive, prepara o lançamento da sua própria bet. A TV Mundo também. Ou seja: o mesmo Estado que tenta criminalizar influenciadores e vigia quem anuncia bets, quer agora lucrar com o mesmo padrão. Quando convém, vale tudo. Quando incomoda, é violação.
Se as bets fazem tanto mal à população, por que foram regulamentadas? Por que os clubes de futebol — turbinados com patrocínios de casas de apostas — não são chamados à CPI? Por que só influenciadores digitais são cândido da devassa? Porque o que está em jogo não é moral, é conveniência.
Enquanto isso, a fraude no INSS já ultrapassa R$ 6 bilhões e pode passar dos R$ 90 bilhões. Um esquema que sangra o verba dos mais pobres e ameaço colapsar a Previdência. Mas essa investigação, o Congresso não tem pressa em fazer. Hugo Motta e Davi Alcolumbre seguem empurrando com a ventre qualquer tentativa de instalar a CPI do INSS.
O Brasil não precisa de varanda. Precisa de resposta. O escândalo das bets é cortinado de fumaça. A CPI que o povo exige é a da Previdência. O resto é teatro.
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