O cenário político brasiliano voltou a se agitar com declarações contundentes do senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do Partido Liberal no Senado. Durante um evento promovido pela Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), o parlamentar afirmou que, caso não seja aprovada uma anistia “ampla, universal e irrestrita” relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023, os ministros do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso poderão ser alvos de ações por doesto de domínio — o que, segundo ele, poderia resultar até em prisão.
A fala do senador causou grande repercussão no meio político e nas redes sociais, reacendendo debates sobre os desdobramentos jurídicos e institucionais do incidente de invasão às sedes dos Três Poderes no início de 2023.
A proposta de anistia e seus efeitos
Segundo Portinho, o PL trabalha intensamente para confirmar, ainda na Câmara dos Deputados, um regime de urgência para o projeto que propõe a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Para o senador, essa medida não seria somente um gesto de reconciliação, mas uma ação estratégica para evitar o que ele considera abusos cometidos por ministros do Supremo durante os julgamentos.
“A anistia precisa ser ampla, universal e irrestrita. Isso inclui todos os envolvidos e também precisa estender seus efeitos aos julgadores que, na visão de muitos, extrapolaram os limites legais em suas decisões”, disse o parlamentar.
O projeto, ainda em tramitação, tem sido tema de intensas discussões nos bastidores da política e entre juristas. Enquanto setores da oposição defendem a anistia uma vez que uma premência para restabelecer a sossego institucional, críticos alegam que isso poderia gerar impunidade e enfraquecer a responsabilização por crimes contra a democracia.
A prenúncio de uma novidade constituição no Senado
Com as eleições de 2026 se aproximando, o senador Carlos Portinho foi enfático ao declarar que a direita voltará ao poder em 2027. Na visão do parlamentar, essa mudança de cenário político será acompanhada por uma novidade feitio no Senado, com a provável formação de uma maioria conservadora — exigência que, segundo ele, permitirá o progresso de investigações contra ministros do STF.
“Se não tiver anistia agora, teremos CPI do doesto de domínio, CPI da Lava-Toga e o impeachment dos ministros, um a um. Não vamos deixar passar em branco o que está acontecendo. A população quer justiça e estabilidade entre os Poderes”, afirmou Portinho.
Atualmente, o Senado é a mansão legislativa onde tramitam pedidos de impeachment de ministros do STF. Porém, sem maioria favorável, tais processos não têm avançado. A renovação de dois terços das 81 cadeiras em 2026 pode mudar esse cenário, um pouco que está nos planos do grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A sátira a Rodrigo Pacheco
Durante seu exposição, Portinho também aproveitou para criticar duramente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por ter arquivado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes em 2021. Esse pedido havia sido guiado por Jair Bolsonaro quando ainda ocupava a Presidência da República.
“O maior erro do ex-presidente do Senado foi engavetar aquele pedido. Ali, Pacheco perdeu a chance de lastrar os Poderes. O Congresso ficou de joelhos diante do Supremo. Isso precisa mudar”, declarou o líder do PL, que defende um Senado mais atuante na fiscalização do Judiciário.
A tensão entre os Poderes
A enunciação de Portinho é mais um capítulo da crescente tensão entre o Legislativo e o Judiciário, mormente desde os eventos de janeiro de 2023. O STF, através do ministro Alexandre de Moraes, liderou ações severas contra manifestantes envolvidos nos atos que resultaram na depredação dos prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto.
Essas medidas foram apoiadas por muitos setores da sociedade, mas também criticadas por parlamentares que as consideraram exageradas ou autoritárias. Agora, com a proximidade de novas eleições e a possibilidade de mudança no estabilidade político, a oposição sinaliza que poderá reagir com força contra o que vê uma vez que excessos do Judiciário.
Bolsonaro e a estratégia para 2026
Nos bastidores, aliados de Jair Bolsonaro têm traçado planos ambiciosos para as eleições de 2026. A prioridade é prometer maioria no Senado, justamente para ter controle sobre a tramitação de pedidos de impeachment e CPIs contra ministros do Supremo.
Aliás, há a expectativa de que uma eventual volta da direita ao Planalto traga um novo momento de enfrentamento entre os Poderes. Portinho, uma vez que líder do PL, é um dos articuladores dessa estratégia e tem oferecido declarações com tom cada vez mais assertivo nesse sentido.
Reações e repercussão
As declarações do senador Carlos Portinho causaram reação imediata em diversos setores. Juristas, parlamentares e comentaristas políticos se dividem entre os que enxergam a fala uma vez que um alerta legítimo e os que a consideram uma tentativa de intimidação contra o STF.
Em nota, integrantes do Judiciário reafirmaram a independência do Supremo Tribunal Federalista e ressaltaram que decisões judiciais são baseadas na Constituição e nas leis em vigor. Já a base governista, embora evite espancar de frente com o Senado, considera a proposta de anistia uma quebreira ao Estado Democrático de Recta.
Um porvir incerto
Com o clima político cada vez mais polarizado, as declarações de Carlos Portinho reforçam que a disputa institucional está longe de terminar. A eventual aprovação ou repudiação da anistia poderá simbolizar um divisor de águas no embate entre Congresso e Judiciário.
Seja qual for o desfecho, os próximos meses prometem ser decisivos para a relação entre os Poderes e para o porvir político do Brasil.
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