Eu poderia estar cá me indignando com esse uso do ‘reductio ad hitlerum’, que fala mais sobre De Moraes do que sobre o X. Finalmente, Goebbels representava um governo que se dedicava a fabricar uma verdade solene, livre de “desinformação” e “fake news” que ameaçassem as “instituições”.
Mas confesso que não consegui me revoltar. Só dei uma gostosa gargalhada. De Moraes realmente perdeu o siso do ridículo. Hitler ascendeu ao poder na Alemanha sem o X ou qualquer rede social, mas De Moraes acha que, se tivesse o X, Hitler conquistaria o Reino Uno e os Estados Unidos. Seria uma guerra midiática, em que ingleses e americanos, tal qual zumbis, se transformariam em nazistas ao mero contato com a rede social. Hitler não precisaria de nenhuma partilha Panzer, a conquista se daria na base dos memes. Patético.
Parei de rir, no entanto, quando lembrei que De Moraes detém um poder quase indeterminado no Brasil.
Uma pessoa com esse tipo de teoria investida de poder não é engraçada, é perigosa. Porque trata-se de um pensamento dominador, que somente admite a circulação das ideias “certas”. Fosse vivo, Goebbels estaria pensando em um modo de regular as redes sociais.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e rabi em Economia e Finanças pelo Insper. Informações Jornal da cidade
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