A Meta, controladora do Instagram, Facebook e WhatsApp, recorreu da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), que determinou o fornecimento de dados do influenciador Allan dos Santos, que atualmente está fora do Brasil. Apesar de questionar os métodos adotados pelo magistrado, a empresa declarou que, em cumprimento à ordem, irá fornecer os dados requisitados dentro do prazo estabelecido, demonstrando boa-fé no processo.
A decisão de Moraes, datada de 19 de março, exige que a Meta e a plataforma X (macróbio Twitter) forneçam à Polícia Federalista dados cadastrais, endereços IP e conteúdos de postagens de Allan dos Santos, referentes ao período entre junho de 2024 e fevereiro de 2025. A medida faz segmento de uma investigação relacionada à disseminação de desinformação, especificamente contra a jornalista Juliana Dal Piva, conforme revelou a Folha de S.Paulo.
Argumentos da Meta Contra a Decisão
A Meta contestou a decisão de Moraes com dois principais argumentos. O primeiro diz reverência à jurisdição, uma vez que Allan dos Santos se encontra fora do Brasil. A empresa alega que, nesses casos, o correto seria utilizar mecanismos de cooperação internacional, ao invés de empregar ordens diretas à empresa nos moldes estabelecidos.
Vale lembrar que, desde 2021, o STF decretou a prisão preventiva de Allan dos Santos, no contexto do sindicância sobre fake news, e desde portanto, Moraes tem determinado a suspensão dos perfis ligados ao influenciador nas plataformas de redes sociais. Em 2024, o governo dos Estados Unidos informou ao Brasil que não extraditaria Allan, alegando que os supostos crimes atribuídos a ele envolvem questões de liberdade de frase.
O segundo argumento da Meta questiona o prazo dos dados solicitados. A solicitação inclui dados até fevereiro de 2025, o que, segundo a empresa, não é tecnicamente justificado e amplia desnecessariamente o escopo da investigação. A Meta também alertou para o risco de o pedido ser configurado uma vez que um “fishing expedition”, ou seja, uma procura indiscriminada de informações sem uma base legítimo clara, o que violaria o princípio da proporcionalidade.
Potenciais Desdobramentos
Caso a decisão de Moraes seja mantida, a Meta afirma que cumprirá a ordem judicial e fornecerá os dados dentro do prazo determinado. No entanto, caso o recurso seja rejeitado, a empresa solicita que o caso seja levado a julgamento pelo STF, garantindo o recta ao contraditório e à opinião colegiada da questão.
A disputa judicial pode ter implicações importantes para a relação entre plataformas de tecnologia e o sistema judiciário brasílio, mormente em questões relacionadas à privacidade de dados e à liberdade de frase, que estão em jogo no caso de Allan dos Santos.
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