Combate interna no PSOL: Deputados trocam xingamentos e racham partido
A crise dentro do PSOL atingiu um novo patamar com trocas de ofensas entre parlamentares do partido. Deputados se xingaram nos bastidores, classificando uns aos outros uma vez que “mentirosos”, “palhaços” e “imaturos”, evidenciando uma partilha profunda na legenda. O motivo do conflito? O escora incondicional ou não ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A revelação foi feita pelo portal UOL, que detalhou a acirrada disputa entre a fileira majoritária, que defende a federação com o PT, e um grupo minoritário, que critica a postura submissa do partido ao governo federalista. A confusão mostra uma vez que o PSOL, historicamente um partido de esquerda independente, agora enfrenta dilemas internos que ameaçam sua unidade.
Repartição interna: escora irrestrito ou independência política?
A fileira majoritária do PSOL reconhece contradições e falhas no governo Lula, mas argumenta que o petista é a única escolha para impedir o progresso de Jair Bolsonaro (PL) e da direita no Brasil. Para esses deputados, não há espaço para um isolamento do governo, mesmo que isso signifique penetrar mão de algumas bandeiras históricas do partido.
Por outro lado, a fileira minoritária vê essa adesão uma vez que exagerada. Para esse grupo, o PSOL deveria manter uma postura sátira e independente, em vez de concordar cegamente medidas governamentais que destoam das ideias tradicionais da legenda. O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por exemplo, criticou claramente a decisão da maioria do partido, afirmando que muitas das políticas do governo Lula são neoliberais e contrárias aos princípios da esquerda radical.
A insatisfação desse grupo ficou evidente na querela de que o PSOL estaria se tornando um “puxadinho do PT”, deixando de simbolizar pautas progressistas e passando a endossar todas as decisões do governo sem qualquer questionamento.
Acusações de imaturidade e radicalismo
O racha ficou ainda mais evidente quando a fileira governista acusou os críticos de serem idealistas demais e de agir uma vez que estudantes de diretório acadêmico, sem compreender as necessidades reais da política.
– O grupo acusa a fileira minoritária de ter “atitude de DCE”, ou seja, de perder tempo discutindo teses da esquerda entre convertidos em vez de enfrentar o verdadeiro inimigo, que seria a direita e o bolsonarismo – relatou o UOL.
Já os insatisfeitos dentro do partido acreditam que a federação com o governo Lula extrapolou todos os limites, e que o PSOL estaria normalizando posturas políticas que antes eram amplamente criticadas pelo partido.
Essa disputa interna gera um dilema complicado para a legenda: uma vez que se posicionar para manter sua identidade sem perder influência no cenário político?
Impacto eleitoral e crise de identidade
O racha no PSOL pode ter consequências significativas nas eleições municipais de 2024 e na sucessão presidencial de 2026. Se a fileira governista vencer a disputa, o partido pode se tornar uma espécie de “risco facilitar” do PT, perdendo sua independência política. Se a fileira sátira lucrar espaço, há o risco de um prostração dentro da base governista, o que poderia diminuir a influência da legenda em pautas progressistas.
Aliás, a crise expõe uma fragilidade no exposição do PSOL, que sempre se apresentou uma vez que uma escolha à esquerda do PT. Com essa partilha, eleitores mais radicais podem transmigrar para outras legendas, enquanto os mais pragmáticos podem ver a fusão com o petismo uma vez que inevitável.
Quem tem razão?
A grande questão que surge dessa recontro é: qual lado do PSOL está manifesto? Para alguns, concordar Lula a qualquer dispêndio é um mal necessário para barrar o progresso da direita no Brasil. Para outros, essa postura representa uma traição aos princípios do partido, que deveria manter uma posição sátira e independente, defendendo pautas próprias em vez de seguir cegamente o PT.
Independente de quem esteja manifesto, o veste é que a crise no PSOL reflete um problema maior da esquerda brasileira: uma vez que lastrar pragmatismo e ideologia em um cenário político cada vez mais polarizado. Se a legenda não resolver essa disputa interna, corre o risco de perder força e relevância no cenário pátrio.
O desfecho desse conflito poderá definir os rumos do partido e sua influência no horizonte da política brasileira. Resta saber se o PSOL conseguirá manter sua unidade ou se a recontro interna levará a um prostração irreversível.
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