O senador Ciro Nogueira, presidente pátrio do Progressistas (PP), declarou em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada em 27 de fevereiro de 2025, que o partido está próximo de deixar a base do governo Lula. A asseveração foi feita em meio a críticas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atualmente conta com o PP no Executivo por meio do ministro do Esporte, André Fufuca. Nogueira já comunicou ao ministro sua intenção de reunir o partido para determinar sobre o desembarque. Ele considera a participação do PP no governo um erro desde o início.
O PP integrou-se ao governo Lula em 2023, quando André Fufuca assumiu o Ministério do Esporte porquê segmento de uma reforma ministerial. A ingressão do partido visava ampliar o escora do governo no Congresso, liderado logo por Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara. No entanto, Nogueira, que foi ministro da Moradia Social de Jair Bolsonaro, mantém posição de oposição ao PT. Ele afirmou que o governo atual é “ultrapassado” e que Lula está “solitário”, sem interesse em tomar decisões necessárias ao país.
A verosímil saída do PP reflete tensões internas no partido e no chamado centrão, conjunto de partidos que costuma negociar escora em troca de cargos e recursos.
Nogueira disse que a estratégia de oferecer ministérios em troca de votos, generalidade em governos passados, não tem funcionado com Lula. Ele citou que Fufuca não trouxe votos significativos ao governo no Congresso, sugerindo baixa eficiência política da associação. Essa visão contrasta com a de Lira, que já defendeu a permanência do PP na base aliada.
Na entrevista, Nogueira também comentou que o novo ministro da Secretaria de Notícia Social (Secom), Sidônio Palmeira, estaria prejudicando Lula ao aumentar sua exposição pública.
Ele argumentou que, em um momento de baixa aprovação, isso exclusivamente amplia o desgaste do presidente. O senador disse preferir dar “governabilidade” ao governo atual, mas com foco em preparar uma transição para um horizonte presidente de direita. Isso indica um reposicionamento estratégico do PP para 2026.
O Progressistas é um dos maiores partidos do Congresso, com 49 deputados e seis senadores, além de fazer segmento de um conjunto parlamentar com 173 membros na Câmara.
Apesar disso, Nogueira destacou que a decisão de desembarcar pode vir em breve, caso o governo não mude de rumo. Ele também descartou a possibilidade de Arthur Lira assumir um ministério, sinalizando controle sobre as movimentações do partido. A relação com Lula, segundo ele, não envolve diálogo direto com o PP.
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