A aprovação do Governo Lula (PT) despencou 11 pontos percentuais em dois meses, passando de 35% para 24%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). A reprovação do governo é recorde, passando de 34% para 41%. Levante é o pior patamar para o petista em seus três mandatos na Presidência da República.
Nos recortes do levantamento, é verosímil ver uma queda de popularidade em segmentos importantes do eleitorado do presidente: mulheres, negros, nordestinos, mais pobres e menos escolarizados.
O levantamento ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades, na segunda (10) e na terça-feira (11), com margem de erro universal de dois pontos para mais ou menos. Veja, aquém, os números:
GÊNERO
Entre as mulheres, a aprovação ao governo sofreu uma queda significativa de 14 pontos percentuais, passando de 38% para 24%. Esse declínio as coloca no mesmo patamar de insatisfação dos homens, das quais índice de aprovação também caiu, embora em menor intensidade, reduzindo-se em 9 pontos percentuais: de 33% para 24%.
RAÇA
Os grupos de pretos e pardos também apresentaram quedas expressivas na aprovação ao governo, com recuos de 15 e 13 pontos percentuais, respectivamente. Esses declínios foram mais acentuados do que a redução observada entre os brancos, cuja aprovação caiu 8 pontos.
- Pretos: de 44% para 29%;
- Pardos: de 36% a 23%;
- Brancos: 29% a 21%.
REGIÕES
A perda de popularidade de Lula variou entre as regiões, sendo mais acentuada no Nordeste, com uma queda de 16 pontos percentuais (de 49% para 33%). No Sudeste, o recuo foi de 11 pontos. Juntas, essas duas regiões representam 69% da modelo, o que amplifica o impacto dessas variações nos resultados gerais.
No Meio-Oeste, a aprovação caiu 9 pontos, enquanto no Sul a redução foi mais moderada, de 5 pontos. Apesar da queda expressiva, o Nordeste se mantém uma vez que a única região onde a avaliação positiva de Lula (33%) ainda supera numericamente a negativa (30%).
RENDA
A queda mais acentuada na aprovação de Lula ocorreu entre os eleitores de menor renda, aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 3.036). Esse grupo, que representa 51% da modelo e 60% do eleitorado do presidente, viu a aprovação ao governo despencar de 44% em dezembro para 29% atualmente, uma variação significativa.
Entre os mais ricos, com renda supra de dez salários mínimos (R$ 15.180), a insatisfação continua sendo preponderante. Nesse segmento, a aprovação caiu de 32% para 18%, consolidando-se uma vez que o estrato mais crítico ao governo. No entanto, essa variação se mantém dentro da margem de erro desse grupo, que é mais subida, atingindo 12 pontos percentuais.
ESCOLARIDADE
O mesmo fenômeno é observado entre aqueles que possuem unicamente o ensino fundamental. Atualmente, 38% desse grupo ainda aprovam o governo, enquanto 28% o desaprovam. No entanto, a queda na popularidade também foi expressiva: em dezembro, a aprovação era significativamente maior, atingindo 53%.
Os menos escolarizados representam aproximadamente um terço da população, tornando esse segmento um fator relevante na avaliação do governo. A margem de erro para esse grupo é de quatro pontos percentuais, o que reforça a tendência de declínio no esteio.