O volume médio de negociações diárias na bolsa de valores brasileira teve seu terceiro ano contínuo de retração em 2024. A média diária em reais foi de 18,8 bilhões, a menor desde 2019, enquanto o montante em dólares foi de 3,5 bilhões, o menor desde 2018. Os dados são de levantamento elaborado pela consultoria Elos Ayta.
Para efeito de conferência, a ação da Nvidia, papel mais negociado nos Estados Unidos no ano pretérito, registrou um volume quotidiano de US$ 37,13 bilhões, mais de 10 vezes o totalidade negociado na B3.
Veja no gráfico inferior o volume totalidade negociado na B3 em dólares desde 2010:
“O prostração da liquidez da bolsa brasileira acende um alerta”, aponta o estudo da Elos Ayta. “A queda no volume financeiro reflete não exclusivamente as condições macroeconômicas internas, mas também a falta de competitividade do mercado brasílio em conferência com outras bolsas globais.”
Ajustados pela inflação, os números de 2024 em reais são semelhantes aos de 2018 e representam uma queda de 12,3% em relação ao ano anterior.
Veja no gráfico:
“O repto para 2025 será implementar medidas que aumentem a atratividade da B3, reforçando o papel da bolsa porquê um orientação competitivo para investidores”, diz o estudo. “A liquidez não é exclusivamente um indicador técnico; é um termômetro da crédito dos investidores no mercado.”
Juros e cenário extrínseco impactam liquidez
As taxas de juros em patamares elevados tanto no Brasil porquê no exterior são apontadas por analistas porquê responsáveis pelo cenário. “Eu analisaria essa falta de liquidez porquê falta de interesse em renda fixa brasileira. Os juros estão na estratosfera, a renda fixa americana também”, sintetiza o profissional em mercados da Star Desk, Felipe Sant’Anna.
Ângelo Belitardo Neto, comentador da Hike Capital, lembra que o ano de 2021, último ano em que houve incremento da liquidez, foi marcado também pelo início de um ciclo de subida na Selic. “Os investidores institucionais já estão saindo da bolsa desde 2021. Estes investidores são as gestoras de patrimônio, gestoras de fundo, seguradoras, fundos de pensão ou grandes bancos, dimensão de tesouraria dos bancos. Eles respondem por grande segmento da negociação”, diz.
Com os juros mais altos, os investidores dão preferência para investimentos de renda fixa, ou até para bolsas de valores de outros países. “Grandes economias emergentes melhorando a saúde financeira, melhorando as perspectivas para os próximos anos, também estão atraindo o capital”, diz Belitardo.
“Essas incertezas com relação ao Trump assumindo a presidência dos Estados Unidos deixam o investidor de indumento sem crédito em zero. Logo ele prefere permanecer na maior economia do mundo”, acrescenta o sócio e profissional renda variável da Davos Investimentos, Marcelo Boragini. “Já no Brasil, de novo falta transparência na política fiscal. Isso faz com que o estrangeiro ‘voe’ daqui.”
Uma aversão a risco global devido a questões porquê a desaceleração da economia chinesa e conflitos geopolíticos também são apontados porquê fatores decisivos pelo sócio fundador da Septem Capital, Frederico Avril. O profissional também cita a volatilidade fiscal e as dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas.
“A retomada da liquidez dependerá da melhora nas condições macroeconômicas, maior previsibilidade fiscal e monetária, além de esforços para atrair investidores, principalmente estrangeiros, que são essenciais para o mercado brasílio”, diz Avril.