Os policiais militares (PMs) que mataram o estudante de medicina Marco Aurelio Cárdenas Acosta, de 22 anos, com um tiro à queima-roupa, em um hotel na Vila Mariana, em São Paulo, foram denunciados nesta quarta-feira (8) pela Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da capital. Em novembro do ano pretérito, durante uma ação de patrulhamento, os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Roble do Prado atiraram no rapaz, que estava desmontado.
A denúncia foi apresentada pelos promotores Estefano Kummer, Antonio Folgado e Enzo Boncompagni, que destacaram o motivo torpe e a impossibilidade de resguardo da vítima no delito. Assim, os acusados responderão por homicídio qualificado.
No documento da Promotoria, consta que, enquanto um dos policiais causou a morte do jovem ao atirar contra ele, o outro prestou auxílio moral e material para o delito.
O delito ocorreu na madrugada de 20 de novembro, quando os policiais militares patrulhavam as ruas do bairro. Conforme imagens de câmeras de vídeo do negócio sítio, o universitário deu um tapa no retrovisor da viatura e correu. Na perseguição, ele entrou no hotel onde estava hospedado com uma amiga.
No saguão do hotel, um PM tentou segurar a vítima pelo braço. O outro policial encurralou o rapaz, que chegou a deferir um chuto no agente de segurança. Na peleja, o estudante foi atingido por um tiro no abdômen.
“É notório que os policiais agiram impelidos por motivo torpe, em retaliação ao tapa desferido pela vítima no retrovisor da viatura, empregando força mortal contra pessoa que estava nitidamente alterada e desarmada, com evidente agravo de domínio e inobservância dos procedimentos operacionais padrão. Outrossim, o homicídio foi cometido com ocupação de recurso que dificultou a resguardo da vítima, haja vista que os policiais estavam armados, em superioridade numérica e realizaram a abordagem de forma violenta, iniciando o confronto corporal com o suspeito”, diz o texto da denúncia.
Na sexta-feira (3), a Polícia Social pediu a prisão preventiva dos dois PMs. O PM Guilherme Augusto Macedo foi indiciado no interrogatório policial-miliar (IPM) por homicídio doloso, mesma situação do colega Bruno Roble do Prado. Ambos estão afastados das atividades.