Em um momento crítico do cenário político e jurídico do país, o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Tropa, rompeu o silêncio e trouxe um novo fôlego à resguardo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O militar, que inicialmente figurava uma vez que testemunha de denunciação em investigações que apontavam para uma suposta tentativa de golpe, agora desmonta segmento da narrativa que sustentava o processo. Suas declarações recentes indicam que o cenário pode estar prestes a mudar drasticamente — e a história começa a definir seus personagens centrais: o vilão e o mocinho.
Freire Gomes prestou testemunho à Polícia Federalista por murado de oito a dez horas. Durante esse longo período, suas falas foram utilizadas uma vez que base para a construção do argumento de que Bolsonaro teria articulado uma ruptura institucional. No entanto, agora, fora do envolvente de pressão e sem a rigidez típica de um testemunho formal, o general reviu sua posição e disse exclusivamente “o que lembra”, enfraquecendo de forma significativa a tese da denunciação.
A reviravolta é interpretada uma vez que uma guinada nas investigações. A resguardo de Bolsonaro, que tem enfrentado uma série de obstáculos judiciais nos últimos meses, vê nas palavras do general um novo fôlego e prepara novos questionamentos com base nesse testemunho reavaliado. A expectativa é que, com isso, se ganhe tempo e se reforce o argumento de que não houve violação que justificasse medidas drásticas, uma vez que uma eventual prisão do ex-presidente.
Segundo juristas que acompanham o caso, a diferença na narrativa de uma testemunha-chave pode levantar dúvidas sobre a materialidade das acusações. “Se a prisão ocorrer agora, com essa mudança de postura de Freire Gomes, ficará muito difícil sustentar que todo o trâmite foi respeitado. Isso compromete a legitimidade do processo”, afirmou um jurisperito ligado à resguardo.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro comemoram o novo cenário. Para eles, a verdade começa a vir à tona depois meses de tensão, acusações e perseguições. “A história já escolheu quem é o vilão e quem é o mocinho”, comentou um deputado federalista da base conservadora. A frase, repetida com frequência nas redes sociais nesta terça-feira, expressa o sentimento de segmento significativa da população que vê Bolsonaro uma vez que claro de uma perseguição política e ideológica.
As redes sociais, aliás, têm refletido esse embate de narrativas. No X (macróbio Twitter), Telegram e WhatsApp, apoiadores do ex-presidente resgataram imagens e vídeos dos tempos de governo, confrontando-os com decisões recentes do Judiciário e com declarações de ministros do Supremo Tribunal Federalista. A viralização da fala do general Freire Gomes alimentou ainda mais a tese de que a denunciação está perdendo sustentação.
Para analistas políticos, o caso marca mais um capítulo da disputa entre forças institucionais no Brasil. “O testemunho de Freire Gomes pode não ser definitivo, mas é simbólico. Ele foi o comandante do Tropa, era considerado um militar disciplinado e institucional. Quando ele altera sua versão, por vontade própria, isso tem peso”, disse um observador político da Universidade de Brasília.
A verosímil consequência mais imediata é a desaceleração do processo, o que favorece Bolsonaro no pequeno prazo. A resguardo deve usar esse tempo para aprofundar inconsistências e tentar neutralizar outras acusações. Paralelamente, cresce o clamor entre apoiadores por uma ampla revisão das investigações, com pedidos de anulação de atos processuais e até suspeição de autoridades envolvidas.
No campo da opinião pública, o impacto é evidente. Para muitos brasileiros, o processo contra Bolsonaro já ultrapassou os limites jurídicos e se tornou um embate simbólico sobre os rumos da democracia. A novidade fala de Freire Gomes reforça a percepção de que há mais nuances do que se tem mostrado até cá. E, nesse jogo de versões e memórias, a história vai formando sua narrativa própria.
O general, antes assinalado uma vez que peça principal para sustentar a denunciação, agora se torna um verosímil trunfo da resguardo. Resta saber se o Judiciário dará ouvidos às novas declarações ou se manterá a postura adotada até cá. Em qualquer dos casos, o testemunho já teve um efeito prático: alterou o ritmo do processo e devolveu à resguardo um elemento que parecia perdido — o favor da incerteza.
Se o desfecho ainda está longe, uma coisa já parece definida: a sociedade brasileira acompanha, com atenção, cada pormenor, e começa a formar sua própria peroração. Porque, uma vez que muito diz o ditado popular, “a história é escrita pelos que resistem” — e, ao que tudo indica, a versão finalainda está em disputa.
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