Portugal amanheceu nesta segunda-feira diante de um dos cenários políticos mais incertos de sua história democrática recente. As eleições legislativas de 2025 confirmaram a vitória da Federação Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, mas sem maioria absoluta. O destaque, porém, ficou por conta do empate histórico entre o Partido Socialista (PS) e o Chega, com 58 deputados cada, sinalizando o término do tradicional bipartidarismo português.
Fragmentação e surpresas nas urnas
Com 89 assentos conquistados, a AD venceu as eleições e se firmou porquê a principal força política do país, mas ficou distante dos 116 deputados exigidos para formar governo sem alianças. O PS, agora sob a liderança de Pedro Nuno Santos, sofreu um revés significativo, perdendo 20 lugares em conferência com a legislatura anterior. Já o Chega, de André Ventura, despontou porquê a força ascendente da direita radical, igualando os socialistas e consolidando seu papel porquê ator indispensável no novo xadrez político português.
Outros partidos também ganharam espaço:
Iniciativa Liberal (IL): 9 deputados
Livre: 6 deputados
CDU, JPP, PAN e Conjunto de Esquerda: completam o Parlamento, cuja formação é agora uma das mais diversificadas e fragmentadas desde a Revolução dos Cravos.
“O Chega matou o bipartidarismo”, diz Ventura
A frase de André Ventura, dita ainda na noite eleitoral, simboliza a ruptura com décadas de alternância entre PS e PSD (agora secção da AD). Para o líder do Chega, os resultados de 2025 representam uma viradela de página na história política do país.
“O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou Ventura, visivelmente emocionado, ao comemorar o desenvolvimento vertiginoso do partido que fundou em 2019.
Apesar disso, a AD reafirmou que não formará governo com o pedestal do Chega, mantendo o compromisso de campanha de não negociar com a extrema-direita.
Montenegro procura apoios, PS admite itinerário
O líder da AD, Luís Montenegro, reforçou sua posição de buscar “diálogo construtivo”, mas dentro dos limites democráticos.
“O nosso compromisso é com a segurança e com os valores democráticos. Procuraremos entendimentos com todas as forças que partilhem esse compromisso”, afirmou.
Já Pedro Nuno Santos reconheceu a itinerário e colocou o seu missão à disposição do PS:
“O Partido Socialista saberá fazer a sua reflexão e continuar a servir Portugal.”
Um Parlamento sem maioria: e agora?
O novo Parlamento português será marcado por negociações constantes, acordos pontuais e riscos de instabilidade política. Especialistas apontam para a premência urgente de edificar consensos, um tanto historicamente vasqueiro na prática política do país.
“Entramos numa novidade era, em que o consenso será fundamental para evitar bloqueios institucionais”, avaliou a politóloga Maria João Marques.
O repto é manter a governabilidade sem ceder a pressões extremistas nem comprometer a segurança institucional.
O que está em jogo?
A subida do Chega, partido culpado por adversários de flertar com pautas autoritárias e nacionalistas, levanta preocupações quanto ao horizonte da democracia portuguesa. Ao mesmo tempo, expõe a incapacidade dos partidos tradicionais de responder às angústias de secção do eleitorado, mormente em temas porquê segurança, imigração e desigualdade social.
Próximos passos
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já iniciou consultas com os líderes partidários para determinar possibilidades de formação de governo. A enumeração dos votos da êxodo, ainda em destapado, não deve mudar significativamente o quadro.
Caso não haja um pacto viável, Portugal pode enfrentar novidade ida às urnas ou um governo de minoria com negociações permanentes — cenário que tende a prolongar a incerteza.
Desfecho
As eleições de 2025 encerram o capítulo do bipartidarismo em Portugal e abrem um período de profundas transformações. A fragmentação do Parlamento e o desenvolvimento da direita radical impõem desafios inéditos à democracia portuguesa, que agora precisa encontrar caminhos de estabilidade entre pluralismo político, segurança institucional e fidelidade aos valores democráticos.
O horizonte do país está em destapado — e o que se sentenciar nas próximas semanas terá impacto perenal para toda uma geração.
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