O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), anunciou nesta terça-feira (6) o desembarque da bancada da base aliada do governo Lula.
– Estamos nos colocando em independência – anunciou Heringer em coletiva na liderança do PDT.
O pregão ocorre quatro dias depois o pedido de destituição do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, em meio às investigações sobre fraudes milionárias no INSS.
Em meio ao pregão, o líder do PDT indicou ainda que a bancada está “autorizada” a assinar os pedidos de Percentagem Parlamentar de Questionário sobre as fraudes no INSS, desde que o escopo da investigação parlamentar seja “ampliado para 2019, para convocar ministros e secretários do governo anterior, com nomes citados no questionário, e indicação expressa para que a Polícia Federalista faça uma apuração a partir de tal data”.
A decisão foi tomada durante reunião realizada na manhã desta terça na morada de Heringer, com a presença de Lupi. Segundo o deputado, a reunião foi “dura”, vez que o problema de relacionamento com o governo “já vem de muito tempo”. O líder sustentou que a crise envolvendo o INSS foi mais um incidente na escalada, o “pingo de chuva” que faltava para o copo transbordar.
Segundo Mário Heringer, o partido não está “indo para a oposição, se juntar contra o governo”, até por “não ter afinidade” com a mesma.
– Vamos fazer o que nos tivermos vontade em mercê do país e dos estados – afirmou.
Heringer frisou que a decisão não se trata de “retaliação, nem antagonismo”.
– Não entramos em caminho de vingança. Nossa posição é de independência.
O líder do PDT na Câmara indicou que a decisão deve implicar em uma conduta “dissemelhante” da bancada durante a votação de temas caros ao governo.
– Em casos de divergência, é mais fácil manifestar que a bancada está liberada para votar porquê quiser. Se votasse igual (ao período antes do desembarque), trocaria seis por meia dúzia – ponderou.
Ainda de tratado com o líder, o governo Lula não estava oferecendo a “reciprocidade e o reverência” que o PDT “julga merecer”.
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De outro lado, o deputado não descartou um retorno do PDT para a base aliada, mas ressaltou que a bancada “não está trocando benesses para voltar à base”.
– As atitudes do governo vão manifestar se a gente pode voltar, não há uma exigência – indicou.
Heringer sinalizou que a bancada é contra a “polarização” e se coloca porquê uma “escolha”.
– A gente acha que pode erigir qualquer caminho para 2026 – sinalizou.
GLEISI DIZ RESPEITAR POSIÇÃO E QUE MANTERÁ DIÁLOGO
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que respeita o posicionamento da bancada do PDT e que seguirá dialogando com o partido. A petista disse recontar com o espeque do PDT nas matérias de interesse do país.
– Respeitamos o posicionamento da bancada e seguimos dialogando com o PDT, contando com o espeque do partido nas matérias de interesse do país – disse a ministra, em nota enviada pela assessoria de prensa ao Estadão.
*AE
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