Galípolo nega sombra de Campos Neto e assume o controle total!

O presidente do Banco Medial (BC), Gabriel Galípolo, indicou que a taxa básica de juros, a Selic, pode subir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para maio de 2025. Em entrevista coletiva realizada hoje, 27 de março de 2025, posteriormente a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, ele afirmou que o BC tem “liberdade” para sentenciar o tamanho do ajuste, que pode variar entre 0,25, 0,50 ou 0,75 ponto percentual, dependendo das condições econômicas.

Galípolo negou que as altas recentes da Selic sejam revérbero de decisões pré-determinadas por seu predecessor, Roberto Campos Neto, rejeitando a tese defendida por setores do governo de que o atual ciclo de aumento foi “herdado”.
A Selic está em 14,25% ao ano, resultado de duas altas consecutivas de 1 ponto percentual em janeiro e março de 2025, já sob a gestão de Galípolo, que assumiu o comando do BC em 1º de janeiro.

Durante a gestão de Campos Neto, encerrada em dezembro de 2024, o Copom sinalizou em sua última reunião a intenção de realizar essas duas altas para sustar a inflação, que acumula 5,6% em 12 meses até fevereiro, supra da meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto.

Galípolo destacou que as decisões atuais são baseadas em dados recentes, uma vez que a desancoragem das expectativas de inflação e um mercado de trabalho aquecido, e não em compromissos do pretérito.
Ele enfatizou que o Copom avalia o cenário em tempo real, considerando variáveis uma vez que o câmbio — com o dólar a R$ 5,73 hoje — e o incremento do PIB, revisado para 1,9% em 2025, perante 2,1% anteriormente.

Galípolo justificou a possibilidade de novidade subida afirmando que o BC precisa manter a política monetária restritiva para trazer a inflação de volta à meta, projetada para atingir 5,5% nos próximos meses. A enunciação contraria expectativas de aliados do presidente Lula, que esperavam uma postura mais branda de Galípolo, indicado por ele, em relação aos juros, frequentemente criticados pelo governo uma vez que tropeço ao incremento econômico.