O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que a deputada federalista Carla Zambelli (PL-SP) é vítima de uma “injustiça” depois a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federalista (STF) formar maioria para condená-la. O julgamento, iniciado em plenário virtual, resultou em um placar de 4 a 0 em prol da pena de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto por porte ilícito de arma de queimada e constrangimento ilícito com serviço de arma, além da perda de seu procuração uma vez que consequência da sentença.
Os ministros Gilmar Mendes (relator), Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela pena, enquanto Kassio Nunes Marques pediu vista em 24 de março de 2025, suspendendo o processo, com prazo de até 90 dias para estudo.
Bolsonaro reconheceu que Zambelli “errou” ao indicar uma revólver para um varão em uma rua de São Paulo na véspera do segundo vez das eleições de 2022, mas considerou a pena e a cassação um “excesso”. Ele fez a enunciação em entrevista ao podcast Perceptibilidade Ltda. na noite de 24 de março de 2025, afirmando que o caso da deputada reflete uma perseguição política.
O incidente ocorreu em 28 de outubro de 2022, quando Zambelli perseguiu o jornalista Luan Araújo no bairro Jardins, forçando-o a deitar no solo sob ameaço. A Procuradoria-Universal da República (PGR) defendeu a pena, rejeitando a tese de legítima resguardo apresentada pela parlamentar.
A fala de Bolsonaro veio horas antes de ele próprio ser tornado réu pelo STF, em 26 de março de 2025, por unanimidade (5 a 0) na mesma Primeira Turma, por tentativa de golpe de Estado depois as eleições de 2022.
Ele relacionou os dois casos, sugerindo que as decisões do STF têm motivações políticas contra seus aliados e contra ele mesmo, mormente por sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O julgamento de Zambelli segue suspenso, mas a maioria formada indica que a pena deve ser confirmada mal Nunes Marques restituir o processo. Caso a sentença seja mantida, a perda do procuração só ocorrerá depois o trânsito em julgado e votação na Câmara dos Deputados.
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