A Páscoa de 2025 terá ovos de chocolate mais caros e com menos cacau, segundo projetam economistas e representantes do setor. Em meio à subida da commodity no mundo, serão produzidas no Brasil 45 milhões de unidades, o que representa uma queda de 22,4% perante 2024, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Mendubi, Balas e Derivados (Abicab).
Acontece que, em dezembro, o preço da tonelada do cacau chegou a uma subida de 163% em verificação com o mesmo mês de 2023, na cotação da bolsa de valores de Novidade Iorque.
Segundo especialistas, problemas climáticos em países africanos têm contribuído para o aumento do preço. O continente é responsável por 70% do fornecimento mundial de cacau, e somente a Costa do Marfim produz 45% da amêndoa em todo o planeta.
Devido ao fenômeno El Niño, o continente registrou estiagem elevada, pragas, doenças, e excesso de chuvas na estação errada do ano. Aliás, as árvores na Costa do Marfim e em Gana são muito velhas e diversos produtores não encontraram estímulos suficientes para renová-las.
Diversas empresas da indústria do chocolate tentaram buscar meios de não repassar o preço aos consumidores, optando por diminuir o tamanho do resultado ou usar menos cacau, misturando-o com outros itens, porquê leite, frutas, mendubi e pistache.
Porém, tentar driblar a subida será mais difícil nesta Páscoa, quando o consumo de chocolate aumenta exponencialmente. O cacau utilizado nos ovos que estão à venda neste momento foram adquiridos no segundo semestre do ano pretérito, justamente durante o pico do preço da amêndoa.
Uma vez que resultado da crise, a quantidade de ovos de chocolate sendo comercializadas também será reduzida nascente ano. A população mundial registrou em 2024 seu terceiro ano seguido de déficit, ou seja, os países têm produzido menos cacau do que consomem. A Organização Internacional do Cacau (ICCO) pontua que 758 milénio toneladas deixaram de ser produzidas desde a safra de 2021.
PRODUÇÃO BRASILEIRA
No Brasil, a subida no preço foi repassada aos consumidores gradualmente nos últimos meses. O Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Largo (IPCA) indica que o preço do chocolate em barra e do bombom subiu 16,53%, e do chocolate em pó teve subida de 12,49% no último ano.
O nosso país é o sexto maior produtor no mundo de cacau, sendo responsável por 4% da produção mundial da amêndoa. Esse número não é suficiente para abastecer nem mesmo o mercado interno.
No pretérito, o Brasil chegou a ser autossuficiente na produção de cacau, porém, teve suas lavouras atingidas na dezena de 80 pela doença vassoura-de-bruxa, que deixou os cacaueiros secos. Até os dias de hoje, a produção de cacau brasileira não se recuperou.
Entretanto, pesquisadores afirmam que há formas de volver essa situação, visto que o país têm o clima manifesto e espaço suficiente para isso. Porém, leva-se no mínimo seis anos para que um cacaueiro recém-plantado comece a fornecer uma produção satisfatória.
As previsões para os próximos anos ainda são incertas. Porém, espera-se que a safra africana tenda a melhorar com o término do El Niño, investimento de produtores que lucraram, além da ingressão de novos produtores no ramo devido aos valores altos de comercialização. Porém, não espera-se que ela volte aos patamares em que estava há dois anos.
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