Covid: Nísia confirma que não tomou todas as doses recomendadas

O Ministério da Saúde confirmou à pilar que a ministra Nísia Trindade não tomou todas as doses da vacina contra a Covid recomendadas pela própria pasta. Também informou que Nísia atualizará seu cartão de vacinação nesta semana.

Nísia, de 67 anos, só tomou uma ração de reforço contra a Covid em 2024, enquanto a recomendação da pasta é de duas doses por ano, com pausa de 6 meses, para pessoas a partir de 60 anos. A reportagem obteve a carteira de vacinação de Nísia por meio da Lei de Chegada à Informação (LAI).

Veja o documento:

“A ministra Nísia Trindade tomou 6 doses da vacina contra Covid-19 e atualizará sua caderneta nesta semana”, diz a nota da pasta.
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Idosos são considerados mais vulneráveis à Covid, devido à imunossenescência. Trata-se do processo de envelhecimento do sistema imunológico, que leva a uma menor resposta a infecções. Por isso, devem receber uma ração extra anualmente.

“A ministra Nísia Trindade tomou 6 doses da vacina contra Covid-19 e atualizará sua caderneta nesta semana”, diz a nota da pasta.

Tanto idosos uma vez que gestantes entraram para o Calendário Vernáculo de Vacinação em relação à Covid em dezembro pretérito. Assim, a imunização contra a doença passou a ser de rotina para os dois grupos.

De concordância com o documento “Estratégia de Vacinação Contra a Covid-19”, produzido pelo Ministério da Saúde sob a gestão de Nísia e publicado em 2024, o esquema vacinal recomendado para a população a partir de 60 anos é “o recebimento de uma ração a cada seis meses, independentemente da quantidade de doses prévias recebidas”.

Dessa maneira, considerando que Nísia tomou uma ração de reforço em fevereiro de 2024, ela deveria ter tomado a segunda ração da vacina a partir de agosto do ano pretérito, mas não há registro em seu cartão de vacinação de que isso tenha realizado.

Crise no Ministério da Saúde

A pasta enfrenta desafios em relação à vacinação. Porquê revelado pela pilar, o governo bateu recorde e incinerou três vezes mais medicamentos e vacinas do que toda a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A soma em dois anos alcançou R$ 1,9 bilhão.

Outra reportagem da pilar mostrou em novembro do ano pretérito que a Saúde deixou que os imunizantes perdessem a validade e incinerou 10,9 milhões de doses em 2024. Mais 12 milhões estavam vencidas à idade e deveriam ter o mesmo sorte.

Até o momento, a pasta de Nísia não anunciou uma campanha de vacinação específica contra a Covid para 2025. A divulgação da iniciativa em anos passados costumava ocorrer no término do ano anterior.