O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou a denúncia do Procurador-Universal da República (PGR), Paulo Gonet, uma vez que “ainda mais fantasiosa” do que o relatório apresentado pela Polícia Federalista (PF). A enunciação ocorre depois a criminação formal contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado, apresentada na última terça-feira (18).
O ex-presidente destacou que até veículos de prensa historicamente críticos ao seu governo apontaram inconsistências no processo.“A Folha de S.Paulo publicou quatro manchetes favoráveis a mim no mesmo dia”, ressaltou. Para Bolsonaro, a mídia não pode ignorar os fatos:
“A prensa, uma vez que um todo, não tem uma vez que não falar a verdade”.
A Polícia Federalista sustenta que as declarações de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral faziam segmento de uma estratégia para descredibilizar o processo e justificar um golpe. No entanto, o ex-presidente argumenta que sua resguardo do voto impresso e auditável vem de longa data.
“Desde 2012, luto por essa taxa. Em 2015 ou 2016, conseguimos autenticar uma emenda para prometer o voto impresso, até que o Supremo Tribunal Federalista decidiu que isso era inconstitucional”, relembrou. Bolsonaro também mencionou um interrogatório da PF descerrado para investigar denúncias de fraude na eleição de 2018. Segundo ele, o interrogatório, inicialmente público, foi disposto sob sigilo logo depois uma reunião sua com embaixadores estrangeiros em julho de 2022.
“Esse interrogatório precisa ser revelado à opinião pública”, defendeu.
O ex-presidente criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, relator do interrogatório, acusando-o de praticar “pesca probatória” — termo usado para descrever a procura indiscriminada por provas sem critérios claros. Bolsonaro questionou a amplitude das investigações:
“Pegaram o telefone do [Mauro] Cid e, a partir disso, começaram a edificar uma narrativa sobre golpe”.
Ele também destacou que sequer estava no Brasil no dia 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram as depredações na Rossio dos Três Poderes.
“Não faz sentido alguém planejar um golpe e, no dia, estar nos Estados Unidos ao lado do Mickey e do Pateta”, ironizou.
Para Bolsonaro, o julgamento contra ele deveria ocorrer na primeira instância, já que não ocupa missão público e, portanto, não possui mensalidade privilegiado.
“Os envolvidos no 8 de janeiro estão sendo julgados pelo Plenário do STF, mas querem me levar para a Primeira Turma, onde a constituição me desfavorece”, apontou.
Ele também defendeu que sua audiência seja presencial, criticando o protótipo de julgamentos por vídeo adotado pelo Supremo.
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