A Confederação Pátrio da Indústria (CNI) disse que buscará diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de volver a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A teoria, segundo a entidade, é buscar “alternativas consensuais” que preservem a relação mercantil EUA-Brasil.
“Lamentamos a decisão e vamos atuar em procura do diálogo para mostrar que há caminhos para que seja revertida. Temos todo o interesse em manter a melhor relação mercantil com os Estados Unidos, mas precisamos conciliar os interesses dos setores produtivos dos dois países”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O dirigente destacou que a medida é prejudicial tanto para a indústria brasileira quanto para a norte-americana. Isso porque, atualmente, o Brasil é quarto maior fornecedor de ferro e aço aos Estados Unidos: 54% das exportações dos produtos são para o país.
Um balanço da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) mostrou que o mercado de metal movimentou US$ 267 milhões do totalidade de US$ 1,5 bilhão exportados pelo setor em 2024. Em termos de volume, os Estados Unidos foram o rumo de 16,8% das exportações, enquanto as exportações de alumínio para o país totalizaram 13,5%.
Alban avalia que, com a implementação da sobretaxa, o alumínio brasílico se tornará significativamente menos atrativo comercialmente. Além dos impactos na balança mercantil, outra preocupação são os efeitos indiretos associados ao aumento da exposição do Brasil aos desvios de negócio e à concorrência desleal.
Produtos de outras origens que perderem chegada ao mercado norte-americano buscarão novos destinos, incluindo o Brasil, e podem saturar o mercado interno de produtos a preços desleais. Especificamente em relação ao negócio dos principais itens da calabouço do aço – carvão, aço e máquinas e equipamentos – EUA e Brasil detém uma fluente de negócio de US$ 7,6 bilhões, sendo Washington superavitário em US$ 3 bilhões.
“O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira”, reforçou Alban.