BRASÍLIA – O Congresso Pátrio retoma os trabalhos neste sábado (1º) com duas tarefas: optar os novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Os escolhidos ficarão no missão pelos próximos dois anos.
No Senado, a decisão será tomada primeiro, com a sessão marcada para as 10h. Já na Câmara, os deputados definirão o novo comando a partir das 16h. Os cenários já estão articulados, e as escolhas não devem trazer surpresas.
No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deve passar o bordão para Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – outros três nomes tentam fazer oposição a ele. Se eleito, ele será também dirigente do Congresso Pátrio.
Enquanto Arthur Lira (PP-AL) encerra seu segundo procuração primeiro da Câmara dos Deputados, o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), já articula uma vez que conduzirá a Lar, quais apoios trocará e o que negociará depois sua eleição pelo plenário.
Senado
Alcolumbre se coloca na disputa para retornar ao missão que ocupou entre 2019 e 2021. Tem ao seu lado dez dos 12 partidos com representação na Lar, que juntos podem prometer 74 votos dos 81 possíveis – muito supra dos 41 necessários. Veja inferior:
- PSD: 15 senadores;
- PL: 14 senadores;
- MDB: 11 senadores;
- PT: 9 senadores;
- União Brasil: 7 senadores;
- PP: 6 senadores;
- PSB: 4 senadores;
- Republicanos: 4 senadores;
- PDT: 3 senadores;
- PSDB: 1 senador.
Nesse grupo, no entanto, é esperado que haja dissidentes. É o caso do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que registrou a própria candidatura à revelia de seu partido, que declarou pedestal a Alcolumbre.
Os outros candidatos no Senado serão Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos do Val (Podemos-ES) – ambos também não contam com pedestal das respectivas siglas. Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi a última a registrar sua candidatura, expondo um racha no partido que ocupa. A expectativa, todavia, é que Alcolumbre retorne ao missão sem grandes dificuldades.
Nos quatro anos em que ficou distante, se manteve influente em negociações políticas ocorridas nos bastidores, ainda que não tenha assinado, e teve trânsito livre no gabinete de Pacheco.
Entre as demandas em que atuou diretamente, está a distribuição de emendas parlamentares. Também presidiu, ao longo de todo esse período, a Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ), tida uma vez que a mais importante do Legislativo, e manejou pautas sensíveis para o governo.
Câmara dos Deputados
A eleição de Hugo Motta na Câmara dos Deputados é dada uma vez que certa. Ele reúne em torno de si os apoios de Lira e de 18 bancadas partidárias — entre elas figuram as maiores e mais poderosas.
As siglas representam 496 dos 513 deputados — 239 a mais que os 257 votos necessários para elegê-lo. A sintoma de pedestal partidário não significa que Hugo Motta obterá os votos de todos os deputados filiados às siglas porque a votação é secreta.
Entretanto, a escrutinação indica que, com exceção dos dissidentes que contrariarão a orientação do partido, ele será eleito com folga. Seus adversários no pleito são Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) — eles pertencem às únicas duas bancadas que não declararam pedestal ao líder do Republicanos.
O trunfo da candidatura de Motta, para aliados, é conseguir reunir partidos de pólos opostos para apoiá-lo e a leitura é que ele surgiu uma vez que uma opção de convergência no escola de líderes. O deputado é visto uma vez que alguém com bom trânsito entre os colegas.
Entre seus apoiadores estão:
- PL: 93 deputados;
- PT: 68 deputados;
- União Brasil: 59 deputados;
- PP: 50 deputados;
- MDB: 44 deputados;
- PSD: 44 deputados;
- Republicanos: 44 deputados;
- PDT: 18 deputados;
- PSB: 14 deputados;
- Podemos: 14 deputados;
- PSDB: 12 deputados;
- Avante: 7 deputados;
- PCdoB: 7 deputados;
- Solidariedade: 6 deputados.
- Cidadania: 5 deputados;
- PRD: 5 deputados;
- PV: 5 deputados;
- Rede: 1 deputado.
A candidatura de Motta nasce poderoso pelo pedestal de Lira e pelas costuras que obrigaram Elmar Promanação (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) a desistirem da disputa.
Sem essas opções, ele se consolidou uma vez que único candidato viável e atraiu para si os apoios das bancadas — que se aproximaram dele também interessadas em comissões e cargos na Mesa Diretora.