Israel determinou que a Dependência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) cesse suas operações em Jerusalém e desocupe todos os edifícios que utiliza na cidade até o dia 30 de janeiro de 2025. Esta decisão decorre de uma missiva enviada pelo mensageiro israelense na ONU, Danny Danon, ao secretário-geral António Guterres, na qual ele cita a votação de outubro de 2024 pelo Parlamento israelense, que proíbe as atividades da dependência em Israel depois um período de 90 dias.
A lei afeta diretamente Jerusalém Oriental, anexada por Israel em 1967, onde a UNRWA opera escolas, centros de saúde e outros serviços para refugiados palestinos. A formalidade de Israel baseia-se em acusações de que a UNRWA estaria infiltrada por membros do movimento islamista Hamas, com alegações específicas de que funcionários da dependência teriam participado em ataques terroristas em outubro de 2023. Israel considera que estas “infiltrações” representam sérios riscos à segurança pátrio, justificando a urgência de fechar as operações da UNRWA.
O governo israelense acredita que as atividades da dependência podem ser substituídas por outras agências da ONU, uma visão que contrasta com a posição das Nações Unidas, que vêem a UNRWA uma vez que insubstituível devido à sua missão de fornecer serviços básicos aos palestinos.
A UNRWA tem respondido às acusações de Israel, reiterando que é uma organização humanitária comprometida com a neutralidade e a imparcialidade. A dependência lamentou a perda de 272 de seus trabalhadores durante os 15 meses de guerra em Gaza, destacando o contexto humanitário catastrófico mesmo depois um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, iniciado em 19 de janeiro de 2025. A UNRWA tem sido fundamental para a provisão de assistência médica e educacional aos palestinos, e seu provável fechamento afetaria significativamente a vida de milhões.
A solução desta disputa entre Israel e a UNRWA está sendo acompanhada de perto por várias organizações e países, que buscam prometer que os direitos humanitários dos refugiados palestinos sejam mantidos. A pressão diplomática pode vir a influenciar a implementação da decisão de Israel, enquanto a ONU e outros atores internacionais trabalham para encontrar uma solução que garanta a ininterrupção dos serviços essenciais aos palestinos.