O Palácio do Planalto anunciou que divulgará os resultados de pesquisas de opinião realizadas pela Secretaria de Informação Social (Secom) no último ano do governo Jair Bolsonaro (2022). No entanto, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu manter o sigilo sobre os levantamentos feitos durante o seu procuração, com previsão de divulgação exclusivamente no final do governo ou em seguida a implementação de políticas públicas relacionadas aos dados.
Segundo a Folha de S.Paulo, a Controladoria-Universal da União (CGU) aceitou os argumentos da Secom, que classificou as pesquisas encomendadas durante o atual procuração porquê “documentos preparatórios”. Esse posicionamento permitiu que as informações sobre o governo de Lula fossem mantidas em sigilo até novembro de 2024, quando as políticas públicas relacionadas aos levantamentos forem implantadas ou, ao final do procuração, quando o governo concluir o ciclo de implementação.
No caso das pesquisas de 2022, feitas sob a gestão Bolsonaro, a CGU mudou sua posição e decidiu que elas poderão ser divulgadas ao público. Anteriormente, o órgão havia concordado em manter o sigilo de todas as pesquisas encomendadas pela Secom, tanto durante o governo Bolsonaro quanto o de Lula.
Custos das Pesquisas
Entre 2022 e 2024, a Secom pagou 13 milhões de reais por 33 levantamentos realizados pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (Ipri), vinculado à empresa FSB, que venceu uma licitação em 2022. O contrato com o instituto terminou em abril de 2024, com o último levantamento realizado nesse período.
Do totalidade de pesquisas, a gestão de Jair Bolsonaro encomendou 13, abordando temas porquê o Auxílio Brasil, a “lance pátrio”, a “juventude e o universo feminino” e “inclusão e programas sociais”. Já a gestão de Lula, em próprio sob a coordenação de Paulo Pimenta na Secom, encomendou pesquisas sobre os primeiros 100 dias e o primeiro ano de governo, com valores elevados: cada levantamento custou 2,1 milhões de reais, o maior valor pago por levantamento ao Ipri.
Esses gastos são uma secção do montante de 9,8 milhões de reais investidos pela Secom de Lula em pesquisas.
Promessa de Desburocratização e Quebra de Sigilo
Durante sua campanha presidencial em 2022, Lula havia prometido que revogaria o sigilo imposto pelo governo Bolsonaro sobre documentos e informações, criticando a prática de ocultar dados que, segundo ele, favoreciam interesses privados. Em um oração de junho de 2022, Lula afirmou que um “revogaço” seria implementado para desburocratizar e prometer a transparência do governo.
No entanto, em seguida o primeiro ano de gestão, Lula foi criticado por negar um número significativo de pedidos de informações, em muitos casos alegando que as solicitações tocavam em dados pessoais. Em 2023, o governo Lula negou 1.339 pedidos de informação, um número semelhante ao que Bolsonaro registrou em seu último ano de governo.
Esse comportamento gerou críticas de que, embora tenha se comprometido a adotar uma postura mais transparente, a governo Lula tem mantido práticas de sigilo em questões sensíveis, o que contrasta com suas promessas de campanha.