BRASÍLIA – Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta quarta-feira (22), possíveis candidatos a presidente em 2026 de “direita limpinha” e que se dizem uma “terceira via”. O ex-presidente disse ainda que há “uma dúzia” de “oportunistas no PL”, partido do qual é presidente de honra. Ele não citou nomes.
“Não fica inventando ‘terceira via’, ‘direita limpinha’, fazer um gestinho para lá e para cá, com a sua inexperiência, com a sua, até, boa vontade, mas você não tem uma vez que enfrentar, hoje em dia, o sistema pelo povo”, afirmou Bolsonaro.
“Alguns de pouca idade já estão se lançando aí uma vez que candidatos, ‘eu vou resolver’, na base da lacração… Não quero falar cá dicas de quem seriam essas pessoas”, completou o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que vai conversar com parlamentares de outros partidos para definir nomes de 2026. “Nós vamos conversar com esses parlamentares. Vai ter um candidato nosso e outros de outros partidos, o PL não tem o monopólio da virtude”, declarou.
Mas ele ressaltou que vai tentar até o termo se lançar uma vez que candidato a presidente no próximo ano. “Quem vai ser o faceta da direita? Tem que ser Jair Bolsonaro. Não será democrática a eleição de 2026 sem a minha presença. Quem você vai concordar? Só falo um tanto parecido aos 48 do segundo tempo, quando eu realmente não tiver mais chance.”
O ex-presidente deu as declarações ao conduto AuriVerde Brasil, que publicou a entrevista no YouTube. Bolsonaro está inelegível até 2030.
Bolsonaro se compara a Trump e fala em oportunistas no PL
Sobre essas decisões da Justiça e investigações da Polícia Federalista, uma vez que a que o indiciou por suposto projecto de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro falou em perseguição.
O ex-presidente se comparou a Donald Trump, que tomou posse na presidência dos Estado Unidos na segunda-feira (20), em seguida ser processado por diversos supostos crimes, incluindo incitação a um golpe de Estado, com a invasão de apoiadores ao Capitólio – o congresso norte-americano – para tentar impedir a posse de Joe Biden, em novembro de 2021.
Bolsonaro afirmou que, assim uma vez que os democratas fizeram com os republicanos nos Estados Unidos, petistas fazem de tudo para “extinguir o PL”.
“É o maior partido de oposição a eles [PT]. Cuja maioria dos deputados, infelizmente não são todos – tem uma dúzia de oportunistas no PL, que eu espero que seja feito a limpa em 2026 –, que tem um compromisso com o horizonte do país”, afirmou.
Bolsonaro diz que estado de sítio é o ‘remédio’ para a democracia
Ainda durante a entrevista desta quarta-feira, transmitida ao vivo, o ex-presidente afirmou que o estado de sítio é o “remédio” para a democracia.
“Se queriam dar o golpe via Estado de Sítio de Resguardo, pelo paixão de Deus, se é que ninguém viu a medida de golpe, vocês não viram, nem a prensa viu, seria o remédio democrático, porque quando você tem uma proposta de estado de sítio, você bota os considerando, ouve os conselhos da República de Resguardo [Conselho de Defesa Nacional], que não foram ouvidos, e depois encaminha para o parlamento”, disse.
O estádio de sítio está previsto nos artigos 137 e 138 da Constituição Federalista. Ele pode ser usado pelo presidente da República nos seguintes casos:
- Comoção grave de repercussão pátrio ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de resguardo;
- Enunciação de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
O estado de sítio deve ser pedido pelo presidente ao Congresso Pátrio, ouvindo antes o Recomendação da República e o Recomendação da Resguardo Pátrio. Com a medida em vigor, garantias individuais são suspensas e o presidente passa a ter poderes plenos.
“O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua realização e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas”, diz a Constituição.