O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na manhã desta segunda-feira (13), que já chega a 11 o número de pessoas mortas em decorrência das fortes chuvas que atingiram segmento do estado no último término de semana. Com isso, aumentou para 24 o totalidade de óbitos registrado em todo o estado desde o início do atual período de chuvas, no término de setembro de 2024.
Das mortes confirmadas nos últimos dias, dez ocorreram na cidade de Ipatinga, no Vale do Aço, leste mineiro, a respeito de 210 quilômetros de Belo Horizonte. Em uma única ocorrência, no Bairro Bethânia, cinco pessoas de uma mesma família morreram soterradas posteriormente um deslizamento de terreno atingir a mansão onde moravam.
Segundo o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, a “poderoso tromba d´chuva” que atingiu a cidade na madrugada desse domingo (12) – o equivalente a 80 milímetros em menos de uma hora – pegou a todos de surpresa.
“É um volume muito grande de chuva em um pequeno espaço de tempo. E que causou muitos e grandes problemas”, afirmou Nunes, nas redes sociais. Ainda de consonância com o prefeito, além de mortes, o temporal causou muitos danos materiais e chegou a inundar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de quem atendimento à população foi comprometido. Ao menos 40 pessoas tiveram que ser levadas a abrigos.
“Muito barranco caiu, casas foram inferior, outras foram inundadas, avenidas ficaram obstruídas, [há] muita limo [cobrindo as ruas da cidade]”, acrescentou Nunes, garantindo que servidores municipais estão nas ruas, procurando recolher os escombros, limpar as vias públicas e restabelecer os serviços públicos no menor espaço de tempo provável.
Para agilizar a contratação de serviços e bens necessários ao trabalho de assistência às vítimas e recuperação da infraestrutura afetada, a prefeitura de Ipatinga decretou situação de emergência por 180 dias – prazo que pode ser prorrogado.
Também nas redes sociais, o governador Romeu Zema anunciou que já colocou a estrutura do governo estadual à disposição da prefeitura. “Estou acompanhando os trabalhos de resgate na cidade de Ipatinga, [que foi] arremetida por fortes chuvas, ocasionando deslizamento de terreno em diversas áreas e, infelizmente, o soterramento de algumas residências e pessoas”, comentou Zema, em um vídeo compartilhando em sua conta pessoal.
“O trabalho de resgate continua sendo orientado pelo Corpo de Bombeiros. Conversei com o prefeito Gustavo e coloquei o estado à disposição”, acrescentou o governador, recomendando às pessoas que estejam em áreas de risco a deixarem estes locais e procurarem abrigo em lugar seguro.
Ipatinga
A décima primeira morte ocorreu em Santana do Paraíso, município vizinho a Ipatinga atingido pela mesma chuva intensa da madrugada de ontem. De consonância com a Resguardo Social estadual, na cidade, a queda de árvores e deslizamentos interditaram diversas vias, obstruindo o chegada a algumas comunidades e interrompendo temporariamente o fornecimento de vontade elétrica para diversos bairros.
Em seu perfil nas redes sociais, o prefeito Bruno Morato afirmou que o volume da chuva que atingiu a cidade foi histórico. “Lamentavelmente, a cidade foi atingida por uma chuva não vista na história”, comentou o director do Executivo lugar, reforçando a orientação para que, neste período pluvioso, os munícipes busquem locais seguros. “O mais importante neste momento é salvar suas vidas e a integridade da sua família”, ressaltou.
O Instituto Pátrio de Meteorologia (Inmet) prevê que, nesta segunda-feira, o clima permanecerá instável em todas as regiões de Minas Gerais, devido à permanência de áreas de instabilidade atmosférica comuns no verão. Chuvas fortes com acentuado volume podem ocorrer sobretudo nas regiões setentrião, leste e núcleo do estado, onde o solo já está bastante encharcado. As temperaturas não devem tolerar mudanças significativas nas próximas 24 horas em Minas Gerais, com mínima prevista de 13 graus Celsius (°C) e máxima de 35°C.
Atingidos
Desde setembro, as consequências das chuvas e ventanias (enchentes, transbordamentos, deslizamentos etc) já desalojaram 1.497 pessoas que tiveram de buscar abrigo temporário na mansão de parentes, amigos ou vizinhos, ou mesmo em pousadas e hotéis. Outras 279 pessoas que não tinham para onde ir precisaram ser alojadas em abrigos públicos ou de entidades religiosas ou assistenciais. Cinquenta e seis cidades mineiras decretaram situação de anormalidade (emergência ou calamidade pública).
Além de Ipatinga e Santana do Paraíso, foram registradas mortes em Ipanema (3); Raul Soares (2); Uberlândia; Maripá de Minas; Coronel Pacheco; Nepomuceno; Capinópolis; Alterosa; Carangola e Tombos.