O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) não poupou palavras ao criticar a recondução de Nicolás Maduro à presidência da Venezuela para um terceiro procuração, depois um processo eleitoral que ele classificou uma vez que “ilegítimo e farsante”. Maduro foi considerado reeleito pelo Juízo Vernáculo Eleitoral (CNE) da Venezuela, apesar da falta de transparência nas atas eleitorais, o que gerou controvérsias e questionamentos sobre a verdade do pleito.
O Brasil, por meio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não reconheceu oficialmente os resultados das eleições venezuelanas, mas, curiosamente, a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, foi enviada a Caracas para participar da cerimônia de posse de Maduro. A atitude gerou surpresa e divisões, já que o regime de Maduro é amplamente criticado pela comunidade internacional por suas práticas autoritárias e violações dos direitos humanos.
Em meio a esse cenário, uma dirigente petista, que é esposa de um sabido envolvido com atividades criminosas, fez um exposição durante a posse de Maduro, dizendo que o evento simbolizava a “libertação do povo venezuelano”. A enunciação foi prontamente rebatida por críticos, que consideraram a fala uma vez que uma “hipocrisia”, dada a situação política e social da Venezuela sob o regime de Maduro, marcado por repressão, falta de liberdade de sentença e graves crises humanitárias.
Randolfe Rodrigues, de forma surpreendente para alguns, não hesitou em desaprovar publicamente o regime de Maduro. O senador declarou que a posse do presidente venezuelano era “ilegítima” e uma farsa, frisando que um regime que desrespeita os direitos humanos, a alternância de poder e a soberania da vontade popular não pode ser considerado democrático. Em um post no X (vetusto Twitter), Randolfe escreveu:
“Um regime que desrespeita Direitos Humanos, desrespeita alternância de poder e não respeita a soberania da vontade popular, é um regime dominador. Portanto, é responsabilidade de todo democrata, esteja onde estiver, desaprovar qualquer Ditadura, seja de direita, seja de esquerda.”
Essa enunciação reflete a postura de Randolfe, que defende a liberdade e a democracia uma vez que princípios inegociáveis, independentemente de alinhamentos ideológicos. Para o senador, tanto regimes de direita quanto de esquerda que infringem direitos fundamentais e buscam perpetuar o poder de maneira autoritária merecem ser condenados.
A postura de Randolfe, embora alinhada com seu compromisso com os direitos humanos, contrasta com a de outros membros do PT, uma vez que a dirigente petista que fez o exposição laudatório sobre a posse de Maduro. Essa divergência interna dentro do campo progressista levanta questões sobre uma vez que a esquerda brasileira deve se posicionar em relação a regimes autoritários, mesmo quando eles compartilham algumas afinidades ideológicas com o governo atual do Brasil.
A sátira de Randolfe à reeleição de Maduro e à cerimônia de posse mostra que, apesar das relações diplomáticas entre os dois países, há um espaço legítimo para a reclamação dentro da política brasileira, com a resguardo dos valores democráticos sempre em primeiro projecto.