As aldeias indígenas da etnia Kaingang que entraram em um confronto que terminou com feridos e mais de 200 pessoas desabrigadas viviam em uma só comunidade até 2024, quando se dividiram.
O “racha” aconteceu no início daquele ano, posteriormente divergências durante a eleição pelo novo cacique da região medial do Paraná.
As informações constam nas atas das reuniões que foram realizadas com representantes das aldeias posteriormente a peleja – quando pelo menos sete vítimas tiveram ferimentos graves e 60 casas foram queimadas. Os encontros foram mediados por instituições, mas não chegaram a nenhum congraçamento. Saiba mais
“Foi relatado que o conflito vem acontecendo devido às famílias que estão ocupando o povoamento de Vale não aceitarem a eleição do cacique Domingos, da terreno indígena de Ivaí”, aponta um dos documentos.
Segundo informações apuradas pela RPC, os grupos viviam em conjunto em um território na cidade de Manoel Ribas, chamado de “localidade Ivaí”, até fevereiro de 2024, quando houve uma novidade eleição para cacique.
“A eleição foi motivada por um grupo de oposição ao atual Cacique Domigues. Porém, esse grupo perdeu a eleição e foi mantido o Cacique Domingues. Insatisfeitos, eles se negaram a permanecer na localidade Ivaí e iniciaram uma novidade localidade a uns 8 km da localidade principal, que passaram a invocar de ‘localidade da Serrinha'”, detalhou uma manancial que prefere não ser identificada.
As informações também apontam que a novidade localidade se instalou no território da cidade vizinha de Pitanga e passou a ser liderada por um novo cacique.
“De lá pra cá, começaram os conflitos”, relata a manancial.
Reuniões terminaram sem acordos e indígenas continuam desabrigados
O conflito aconteceu na madrugada de sábado (6). Relembre detalhes mais aquém.
Na terça-feira (7) duas reuniões foram realizadas – uma em cada localidade. Elas reuniram representantes dos grupos indígenas, do Juízo Estadual dos Povos Indígenas, da Instauração Vernáculo dos Povos Indígenas (Funai), prefeituras municipais da região, entre outros.
Segundo as atas, não se chegou a nenhum congraçamento porque nenhum dos lados cedeu.
O vice-presidente do Juízo Estadual dos Povos Indígenas, cacique Miguel Alves, explica que os indígenas da Ivaí não concordam que a comunidade da Serrinha continue vivendo nas terras em que estava e, por outro lado, os indígenas da Serrinha não pretendem transpor do lugar.