A Polícia Social informou que prendeu, neste sábado (11), um varão denunciado de ter participado do ataque a um assentamento do MST em Tremembé, no interno de São Paulo, que deixou três mortos e cinco feridos.
Em entrevista coletiva, Marcos Ricardo Parra, o solicitador seccional de Taubaté, informou que o varão recluso tem 41 anos e é indicado uma vez que a pessoa que chefiou o ataque.
Segundo o solicitador, os policiais conseguiram chegar até o varão, pois, no momento da invasão, os criminosos não cobriram o rosto. Com isso, o suspeito, que já era sabido na comunidade, foi identificado por vítimas que estão hospitalizadas e também por testemunhas que presenciaram o violação.
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“Com o assentamento fechado que é, eles têm ali um entendimento de subsistir concordância para a recepção de pessoas novas no sítio. Até onde a gente apurou, essa concordância não teria sucedido nessa comercialização do terreno”, contou o solicitador.
“O varão e seu grupo estariam lá para, num primeiro momento, intimidar, mas, uma vez que não intimidou e aconteceu, na verdade, uma repulsa da presença deles lá, a gente tem o promanação de um confronto envolvendo arma branca e arma de lume e levou a gente para esse resultado trágico de várias mortes e várias pessoas lesionadas”, completou.
Por termo, o solicitador explicou que ainda não foi revelado se o varão que foi recluso queria comprar o terreno ou se estava fazendo a negociação para um terceiro, mas que o problema teve início por desculpa da disputa por um lote.
“A motivação foi o problema interno de pessoas do próprio assentamento, entre elas, ou seja, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terreno. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja uma vez que for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”, disse Parra.
Foram apreendidas armas brancas (uma vez que foices e facas) e armas de lume, além de um sege. Tudo passará por perícia, na tentativa de identificar digitais dos criminosos.
A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na espaço do assentamento.
Ataque a assentamento do MST deixou mortos e feridos — Foto: Arte g1
Investigação da Polícia Federalista
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, na tarde deste sábado (11), que a Polícia Federalista (PF) instaure um questionário para investigar o ataque que ocorreu em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno), em Tremembé, no interno de São Paulo.
Três homens foram mortos a tiros e cinco pessoas ficaram feridas depois serem baleadas, na noite desta sexta-feira (10), na comunidade
No ofício enviado para a Polícia Federalista, o ministro em treino, Manoel Carlos de Almeida Neto, citou que houve violação aos direitos humanos das famílias que fazem segmento do assentamento.
Ainda segundo o Ministério, uma equipe da Polícia Federalista – com agentes, perito e papiloscopista – foi até o assentamento neste sábado (11) para dar início às investigações sobre o violação.
O ataque
Três homens foram mortos a tiros e cinco pessoas ficaram feridas depois serem baleadas, na noite desta sexta-feira (10), durante um ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno), na zona rústico de Tremembé, no interno de São Paulo.
O caso foi registrado na delegacia de plantão em Taubaté e é investigado pela Polícia Social de Tremembé uma vez que homicídio e tentativa de homicídio.
De consonância com o boletim de ocorrência, o violação aconteceu por volta das 23h, no assentamento Olga Benário, que fica na Estrada Kanegae.
Ainda segundo o documento, testemunhas e sobreviventes relataram para a polícia que cinco carros e três motos invadiram o sítio durante a noite e que as pessoas dos veículos efetuaram diversos tiros contra os moradores do sítio.
Consta no boletim de ocorrência que Valdir do Promanação de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Roble, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos, não resistiram aos ferimentos e morreram no sítio.
Na tarde deste sábado, o Ministério dos Direitos Humanos e de Cidadania confirmou que Denis Roble, varão de 29 anos que foi internado em estado grave depois ser atingido por um disparo na cabeça, também não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
Outras cinco pessoas que moram na comunidade foram baleadas e ficaram feridas. Os sobreviventes são dois homens, com 24 e 41 anos, e também três mulheres, com 18, 41 e 49 anos.
Os baleados foram socorridos e levados para o Hospital Regional de Taubaté e para o pronto-socorro de Tremembé. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.
Manadeira/Créditos: G1
Créditos (Imagem de envoltório): Foto: Divulgação/MST