Deise Moura dos Anjos, presa suspeita de ter envenenado o bolo que causou a morte de três pessoas da família durante a comemoração do Natal em Torres, litoral do Rio Grande do Sul, usa desavenças antigas para justificar problemas com a sogra Zeli dos Anjos, que também foi intoxicada, mas recebeu subida nesta sexta-feira (10).
De conciliação com a Polícia Social do Rio Grande do Sul, um dos motivos para a desavença de Deise contra a sogra foi um empréstimo de R$ 600, que foi feito há 20 anos. A nora acusa a sogra de ter feito esse empréstimo em sua conta, mas, o valor foi devolvido no dia seguinte.
– A gente tem plena persuasão de que essa narrativa foi construída por ela, inclusive através de boletim de ocorrência, para se livrar do que pudesse ser revelado durante as investigações. Ela fez um boletim de ocorrência contra o marido em novembro e, na ocorrência, ela cria essa narrativa desse saque que teria ocorrido 20 anos detrás para justificar a desavença com a família – declarou a delegada Sabrina Deffente.
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– A gente acredita que isso foi tudo premeditado – completou a delegada, durante coletiva de prelo.
O segundo motivo tem relação direta com Tatiana Denize Silva dos Santos, sobrinha de Zeli, que faleceu depois manducar o bolo envenenado. Tatiana se casou primeiro que Deise e fez a cerimônia na igreja em que ela queria se matrimoniar. A raiva pela prima do marido durou todos esses anos.
A delegada conta que esse ressentimento gerou tantos problemas que Tatiana chegou a expressar para pessoas próximas que, se um pouco acontecesse com ela, seria Deise a culpada.
– Ela teria dito que ia matar todo mundo e ia ver todo mundo no caixão.
RELEMBRE O CASO
O bolo envenenado com arsênio causou a morte de três parentes de Zeli: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos. Um menino de 10 anos, neto de Neuza, e o marido de Maida também foram hospitalizados, mas já estão em vivenda.
Esta semana foi confirmado que o sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, também ingeriu arsênio antes de morrer, em setembro do ano pretérito.
As autoridades decidiram exumar o sucumbido para verificar se ele também poderia ter sido envenenado. Paulo morreu meses antes dos demais familiares, depois tomar moca com leite em pó e bananas, dados de presente pela nora.
Para a delegada, Deise é uma assassina em série. De conciliação com ela, Deise teria praticado intoxicação a outras pessoas próximas a família, não tendo sido invenção “durante muito tempo”.
– Há fortes indícios de que ela tenha provocado outros envenenamentos de pessoas próximas à família. Não temos incerteza de que era uma pessoa que praticava homicídios em série. Ela não foi invenção durante muito tempo e apagava as provas que pudessem levar até ela.