Mando monetária afirma que momento é de seguir as perspectivas de inflação “sem se comprometer com estratégias futuras”
A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) publicada nesta 3ª feira (6.ago.2024) diz que o colegiado “não hesitará” em soerguer a Selic (taxa básica de juros) caso julgue necessário. Segundo o documento, essa foi uma decisão unânime. Eis a íntegra (PDF – 293 kB).
O Banco Central quer observar com cautela as perspectivas de aumento da inflação. A domínio monetária decidiu não se comprometer “com estratégias futuras”, mas um aumento no renda base pode vir caso a manutenção da taxa em 10,5% ao ano não controle os índices de preços.
“Avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a […] manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em soerguer a taxa de juros para testificar a convergência da inflação à meta se julgar oportuno”, diz o texto.
A ata reforçou a sinalização anterior da domínio monetária: que é necessário manter uma política monetária contracionista por “tempo suficiente”.
O Banco Medial decidiu em 31 de julho manter Selic inalterada em 10,50% ao ano. É 2ª vez em 2024 que o órgão toma essa decisão –ambas por unanimidade do colegiado.
A função do Banco Medial é deixar a inflação do Brasil no meio da meta (3%) ao termo de cada ano. Uma das maneiras para fazer isso é pelo aumento dos juros. O crédito mais dispendioso desacelera o consumo e a produção. Porquê consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida.
O Copom destacou fatores externos porquê os mais preocupantes para uma pressão na inflação. Mencionou a subida no dólar e também os resultados abaixo do esperado de ocupação nos Estados Unidos, que têm sido vistos pelo mercado porquê indícios de uma recessão.
O Fed (Federalista Reserve, o banco meão dos EUA) anunciou também anunciou a manutenção dos juros norte-americanos no pausa de 5,25% a 5,50%. Alíquotas mais altas em países desenvolvidos tornam os treasuries dessas nações atrativos aos investidores. Assim, há um fortalecimento do dólar em relação às nações emergentes.
Com a moeda norte-americana mais rostro, a tendência é uma pressão na inflação brasileira pelos efeitos na dinâmica das importações e exportações. Entenda mais nesta reportagem.
“Porquê usual, o comitê focará nos mecanismos de transmissão da lance externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. Reforçou-se, demais, que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na transporte da política monetária doméstica”, afirma o documento.
Do lado interno, o Banco Medial reforçou a urgência que o Brasil tem de conduzir melhor as contas públicas. Disse ter um desânimo “no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal”.
O governo federalista aumentou as projeções de rombo para o termo do ano, o que levou a urgência de fazer contenções no Orçamento de 2024. O ministro da Rancho, Fernando Haddad, anunciou no início de julho restrições nas contas públicas que somam R$ 15,0 bilhões.
Entenda o que são as políticas:
- monetária – controle da oferta de verba e taxas de juros pelo Banco Medial para regular a atividade econômica;
- fiscal – decisões do governo sobre gastos e arrecadação com impostos para influenciar a economia.
“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o prolongamento dos gastos públicos e a sustentabilidade do tórax fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas.”
Também é mencionado o maior dinamismo de indicadores domésticos, porquê o mercado de trabalho. Segundo o Copom, esses índices estão supra do esperado.
Todos diretores do Banco Medial, inclusive os 4 indicados pelo atual governo optaram por manter a taxa básica de juros em 10,50%.
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