O ex-presidente da Bolívia e líder do Movimento ao Socialismo (MAS), Evo Morales, convocou protestos para a próxima terça-feira (17) para exigir, principalmente, o reconhecimento do congresso do partido que o ratificou para ser novamente candidato às eleições presidenciais.
Em 2023, o líder de esquerda foi inabilitado pelo Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia (TCP) a concorrer à Presidência da Bolívia em 2025. Ele tenta virar o impedimento por meio de manifestações populares e da eleição de novos juízes eleitorais que revisariam a decisão contra ele.
A sintoma começará na localidade de Caracollo, em Oruro, e seguirá até a capital La Sossego, onde Morales também convocou um bloqueio nas estradas. Durante o programa dominical Evo es Pueblo, Morales afirmou que a marcha será uma recuperação da chamada “revolução democrática cultural”.
Luis Arce acusa prenúncio à democracia
Já o atual presidente da Bolívia, Luis Arce, acusou no último domingo (16) o ex-presidente de tentar dar um golpe de Estado com as marchas e bloqueios nas rodovias.
“Começará nos próximos dias uma marcha para depois progredir ao bloqueio pátrio das estradas, que terminará em uma tentativa de golpe de Estado contra um governo popular”, disse Arce em exposição ao país.
“Você quer arruinar milhões de bolivianos. Não queira pisar na Constituição que você mesmo promulgou. Pare de ameaçar as pessoas com bloqueios. Pare de queimar a democracia”, disse.
Arce e Morales estão em uma disputa pela candidatura governista nas eleições presidenciais marcadas para agosto de 2025, embora somente o ex-presidente tenha manifestado a intenção de concorrer novamente.
Arce já foi coligado de Evo e chegou a ser ministro de seu governo, mas se distanciaram dentro do MAS. Em seguida o atual presidente não comparecer ao congresso do partido que confirmou o líder indígena porquê candidato para 2025, Arce foi proferido expulso do MAS e a legenda se dividiu.
Tentativa de golpe em junho
O ex-comandante do Tropa Boliviano Juan José Zúñiga liderou, em junho, um levante na Plaza Murillo em La Sossego e, escoltado de seus seguidores, invadiu o Palácio Presidencial.
A quartelada teve início na manhã do dia 26 de junho, quando Zúñiga se apresentou para o posto de comandante do Tropa, apesar de ter sido destituído por Arce na noite de terça-feira (25).
A decisão do presidente aconteceu depois o militar de subida patente se opor publicamente à candidatura do ex-presidente Evo Morales para disputar as eleições do próximo ano. Em declarações do período, ele chegou a manifestar que Morales “não pode mais ser presidente deste país” e afirmou que estaria disposto a oferecer a vida “pela resguardo e unidade da pátria”.
Os golpistas tentaram invadir a Moradia Grande del Pueblo, uma das sedes do governo boliviano, quando houve um enfrentamento verbal com o presidente Arce, que ordenou o recuo do general. No momento em que população boliviana se dirigia à Rossio Murillo em resguardo da democracia, o soldado entrou em seu veículo impenetrável e deixou o sítio.
*Com Telesur e AFP
Edição: Lucas Estanislau
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