Na tarde desta sexta-feira (6), um idoso interrompeu seu almoço para agredir fisicamente dois jovens que vestiam camisas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no bairro da Madalena, no Recife (PE), conforme denúncia feita pelas vítimas. Os jovens contam que haviam entrado num estabelecimento mercantil para comprar um sorvete quando foram surpreendidos por tapas desferidos por trás por outro cliente, que, com a boca enxurro de comida, disparava palavras de ódio contra o MST.
As vítimas são Rebeca Martins, de 24 anos, e Márcio Martins, de 30 anos. Ambos estavam trabalhando na campanha de Tomás Agra, candidato do PT para a Câmara Municipal do Recife com apoio do MST. A equipe aguardava os jovens quando começou a confusão.
Uma das integrantes conta que o varão estava almoçando no terraço do estabelecimento e levantou-se para ir até o freezer, onde estavam os dois jovens, e agredi-los. “Ele chegou pelas minhas costas e deu um tapa em mim. Em seguida, no meu colega. Quando virei, assustada, ele começou a botar o dedo na minha face”, conta Rebeca.
Quando entraram em contato com a reportagem, as vítimas estavam na Delegacia de Polícia de Mansão Amarela para prestar queixa.
Rebeca, que trabalha porquê fotógrafa, registrou a imagem do atacante. “Ele nos chamou de desocupados, disse que a gente estava invadindo terras. Eu mandei ele tirar o dedo da minha face e comecei a filmar”, completa. No vídeo enviado ao Brasil de Indumento Pernambuco é verosímil ver um varão banco, calvo e de óculos, aparentando ter por volta de 60 anos. A dona do estabelecimento se dirige a ele chamando-o de “seu Paulo”.
A militante avalia que o ataque foi motivado por violência política. “Claramente foi porque estávamos vestindo camisas do MST. Isso fez ele se sentir no recta de nos agredir”, opina. Márcio concorda que não houve qualquer tipo de provocação ou hostilidade prévia. “Estávamos comprando sorvete e o face surgiu agredindo a gente, do zero, falando besteira com a boca enxurro de comida”, completa.
A jovem conta que a dona do estabelecimento disse saber o cliente. “Disse que é pai de família, tem rebento, e que aquilo teria sido um surto”, lembra Rebeca. Márcio considera que o estabelecimento mercantil protegeu o atacante. “O rebento da proprietária foi levá-lo em morada, não nos deu oportunidade de fazer um flagrante”, diz ele.
O ataque aconteceu no restaurante Sabor Tropical, instalado na Madalena há 23 anos. As vítimas afirmam que o atacante mora a poucos metros do estabelecimento.
Manancial: BdF Pernambuco
Edição: Martina Medina
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